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Santos apura se vítimas da PM estão sendo levadas sem vida a hospitais

Ouvidoria da Polícia de SP aponta possível estratégia para dificultar trabalho da perícia, evitando que a cena do crime seja preservada

atualizado

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Santa Casa de Santos
1 de 1 Santa Casa de Santos - Foto: Renan Porto/Metrópoles

São Paulo – A Secretaria da Saúde de Santos vai investigar denúncias de que corpos de vítimas de supostos confrontos com a Polícia Militar na região têm sido transportados para hospitais, como se ainda estivessem com vida. A Ouvidoria da Polícia de São Paulo e entidades ligadas aos direitos humanos apontam que essa é uma estratégia para não preservar a cena do crime, dificultando o trabalho da perícia.

Segundo a Prefeitura de Santos, a pasta vai instalar uma sindicância para apurar a suposta prática. A gestão municipal, no entanto, afirma não ter recebido relatos de funcionários sobre irregularidades no socorro às vítimas por meio dos canais internos de ouvidoria.

“O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) presta os primeiros atendimentos no local do chamado e faz o transporte dos pacientes que necessitam de atendimento hospitalar para unidades de saúde da rede SUS. Quando chega ao local e constata que a vítima está em óbito, o SAMU aciona o IML – ou seja, não faz o transporte de pacientes que foram a óbito no local”, diz a Prefeitura de Santos.

O ouvidor da Polícia de São Paulo, Claudinho Silva, afirma que, em muitos casos, no entanto, as vítimas têm sido levadas a hospitais em viaturas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, o que é vedado por uma resolução da Secretaria da Segurança Pública.

“As comunidades onde a gente tem ido estão denunciando que as pessoas estão sendo socorridas mortas. Levam o corpo já sem vida para o hospital. Se você considerar que as pessoas estão sendo socorridas mortas, que esse socorro está sendo feito pela própria Polícia Militar, através de viaturas do Corpo de Bombeiros, e que os locais não estão sendo preservados, você conclui que tem alguma ação orquestrada nesse sentido”, afirma o ouvidor.

“É uma linha que a apuração do Ministério Público deve considerar na investigação dos fatos”, conclui.

Operação Verão III

Até esta quinta-feira (7/3), 39 pessoas morreram em supostos confrontos com a polícia na Baixada Santista desde 3 de fevereiro, de acordo com contagem da Secretaria da Segurança Pública, na 3ª Fase da Operação Verão.

A versão da polícia, que se repete em praticamente todos os casos, é a de resistência às abordagens policiais. Os relatos dos PMs são questionados por diversas entidades.

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