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“Santo apagão”: análise do PSol diz que nova tempestade “seria bem-vinda”

Integrante do partido de Boulos celebra impacto do apagão no 2º turno contra Nunes. Equipe do psolista nega que texto seja da campanha

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São Paulo — Uma análise interna feita por um integrante do PSol, partido do candidato à Prefeitura da capital Guilherme Boulos, chama de “santo apagão” o blecaute que afetou milhares de imóveis na cidade por causa do temporal da última sexta-feira (11/10) porque o episódio teria ajudado o psolista a reduzir a vantagem do prefeito e candidato à reeleição Ricardo Nunes (MDB), segundo pesquisas internas.

O texto, obtido pelo Metrópoles com uma fonte da campanha de Boulos, diz que “o apagão nos levou a novo patamar”, mas que a “queda de Nunes” nas pesquisas “provavelmente não se manterá no mesmo ritmo passada a comoção”. Diante dessa previsão, a mensagem afirma que “uma nova chuva com ventos fortes seria bem-vinda”.

A equipe de Boulos nega que o texto seja de autoria da campanha e diz desconhecer a origem da mensagem.

Com o título “Santo apagão”, a análise aponta o aumento da avaliação negativa a respeito da gestão Nunes diante dos problemas enfrentados pela falta de energia elétrica, que entrou no quinto dia nesta quarta-feira (16/10). O candidato do PSol têm explorado politicamente a demora da gestão em podar árvores e apontado para falhas em medidas de contingenciamento contra as chuvas.

O texto foi enviado na segunda-feira (14/10) para diversos integrantes da campanha por um membro do PSol ligado à análise de dados interna. O nome do autor do texto não foi revelado. Nele, são apresentados os mesmos números do último tracking – nome dado à pesquisa interna –, mas com acréscimo de comentários como “uma nova chuva com ventos fortes seria bem-vinda” (confira a íntegra abaixo).

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Procurada, a campanha de Boulos afirmou que “jamais verá como vantagem a crise que atingiu de maneira cruel a cidade de São Paulo na última sexta-feira”.

Internamente, a análise das pesquisas eleitorais e dos trackings cabe a Juliano Medeiros, ex-presidente nacional do PSol, responsável, também, por apresentar os dados aos demais integrantes todas as segundas-feiras em uma reunião da coordenação de campanha.

O relatório feito por Juliano para essa segunda (14/10) sobre os resultados mais recentes nas últimas pesquisas, também conferido pelo Metrópoles, apresenta observações técnicas, sem adjetivações e difere do tipo de texto intitulado “santo apagão” enviado a integrantes da campanha pelo WhatsApp.

“A campanha de Guilherme Boulos não reconhece o conteúdo obtido pelo Metrópoles e é enfática ao afirmar que esse texto não é de autoria de Juliano Medeiros nem corresponde ou se assemelha à análise produzida com base nos trackings internos que foi enviada aos membros da coordenação”, diz a equipe de Boulos, em nota.

“A campanha reforça ainda que jamais verá como vantagem a crise que atingiu de maneira cruel a cidade de São Paulo na última sexta-feira. Nossa prioridade é antes de tudo o bem-estar da população”, finaliza.

Apagão pauta campanha

O apagão ocorrido na cidade durante o temporal da última sexta-feira tem pautado o horário eleitoral na TV e foi o principal tema do primeiro debate entre Boulos e Nunes, na segunda-feira (14/10), na TV Bandeirantes.

Boulos perguntou a Nunes diversas vezes, de forma retórica, sobre quem seria o responsável pela poda de árvores e pela manutenção dos semáforos na cidade, atribuições que cabem à Prefeitura.

O psolista também tem destacado que a atual diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), responsável pela fiscalização da concessão da Enel, foi nomeada pelo governo Jair Bolsonaro (PL), que apoia a reeleição de Nunes.

O atual prefeito tem responsabilizado a Enel pelo apagão e cobrado o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), aliado de Boulos, por uma intervenção na concessionária.

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