Salles ataca Tarcísio em reunião com Bolsonaro: “Média com a esquerda”; vídeo
Em reunião na presença de Jair Bolsonaro, Ricardo Salles questionou a lealdade de Tarcísio e o acusou de “fazer média com a esquerda”
atualizado
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São Paulo – O deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) atacou o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), questionou sua lealdade política e o acusou de “fazer média com a esquerda” durante reunião com integrantes do PL, realizado na manhã desta quinta-feira (6/7), em Brasília, para discutir a reforma tributária.
O discurso de Salles durou mais de seis minutos (veja abaixo) e foi feito na presença do ex-presidente Jair Bolsonaro, de outros ex-ministros e do presidente do PL Valdemar Costa Neto. Tarcísio, que declarou ser 95% favorável à proposta da reforma, já havia deixado a sala de reunião, onde havia sido hostilizado.
“É muito mais fácil, sem nenhum demérito ao trabalho que foi feito, fazer estrada, ponte, rodovia do que combater a esquerda”, disse, em uma indireta a Tarcísio, que foi ministro da Infraestrutura. “É nos ministérios ideológicos – Meio Ambiente, Justiça, Educação, Cultura –, que a briga ideológica acontece. É ali que a gente põe em prática a roupa de ser de direita ou não”, afirmou Salles.
O ex-ministro do Meio Ambiente disse, ainda, que “ninguém outorgou Tarcísio a falar em nome dos deputados do PL e negociar o que quer que seja”. Parte dos presentes o aplaudiu.
“Se tem um lugar no Brasil que não tem um governo de direita é o governo de São Paulo”, declarou. “Na hora H, no seu campo de atuação, na verdade, fazem média com a esquerda”.
Salles, no Meio Ambiente, e Tarcísio, na Infraestrutura, foram contemporâneos de ministério no governo Bolsonaro. Cotado como o representante bolsonarista para disputar a Prefeitura de São Paulo, o deputado federal desistiu recentemente da candidatura após Tarcísio fechar apoio a Ricardo Nunes (MDB).
Presidente do Republicanos, Marcos Pereira saiu em defesa de Tarcísio e acusou Bolsonaro de fazer “oposição por oposição” após a repercussão dos ataques.
“(Tem que) manter a serenidade, como ele já está mantendo. isso passa”, afirmou à Folha de S. Paulo.