Sabesp: Nunes descarta plano da Câmara de criar nova empresa de água
Prefeito de São Paulo afirmou que vereadores não conversaram com ele sobre criação de empresa pública municipal em substituição à Sabesp
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB) descartou a possibilidade de sua gestão criar uma empresa municipal própria para executar os serviços de fornecimento de água e coleta e tratamento de esgoto, diante do plano de privatização da Sabesp.
O projeto que prevê a desestatização da companhia estadual de saneamento foi aprovado pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) na última quarta-feira (6/12) e sancionado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) nesta sexta (8/12).
A criação de uma empresa própria é uma possibilidade que vem sendo estudada por vereadores da base de Nunes na Câmara Municipal, que já anunciaram até a criação de uma rubrica específica no Orçamento da capital para o ano que vem para esse finalidade caso o novo contrato com Sabesp privatizada não seja vantajoso para a cidade.
“Nenhum vereador falou disso comigo”, disse Nunes, que se reúne com frequência com vereadores. O prefeito reafirmou que deve enviar em breve para a Câmara um projeto de lei para manter os contratos de prestação de serviços de água da cidade com a Sabesp, e destacou que essa não foi a prática adotada em estados que passaram por processos parecidos, como o Rio de Janeiro.
“No Rio, não passou pela Câmara, e a legislação era igual à nossa aqui. Tinha até precedente jurídico. Eu fiz questão [de passar pela Câmara], para ter participação dos vereadores. Então, dentro do contexto de manter um bom diálogo, ninguém falou comigo sobre esse negócio de companhia e a Prefeitura de São Paulo não vai cuidar de saneamento porque a gente não entende de saneamento. Nós temos um governo que faz desestatização”, afirmou Nunes.
Nunes afirmou, porém, que o momento é uma oportunidade para que a cidade promova alterações no contrato com a Sabesp para a solução de conflitos que a Prefeitura tem com a empresa. Ele citou como exemplo a questão dos buracos abertos pela companhia no asfalto da cidade para fazer reparos na tubulação subterrânea.
“É o momento de discutir essas questões, a antecipação de investimentos”, disse Nunes.