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Sabesp: investidora aumentou tarifa 3 vezes após privatização no AP

Detentora da concessão de água e esgoto no Amapá, a Equatorial ofereceu R$ 6,9 bi para ser acionista de referência da Sabesp

atualizado

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Divulgação/CSA Equatorial
Funcionários da CSA atuam na manutenção de estação de tratamento de água em Santana (AP) - Metrópoles
1 de 1 Funcionários da CSA atuam na manutenção de estação de tratamento de água em Santana (AP) - Metrópoles - Foto: Divulgação/CSA Equatorial

São Paulo – Única empresa interessada em se tornar acionista de referência da Sabesp, a Equatorial aumentou três vezes a tarifa da conta de água no Amapá desde a privatização dos serviços de saneamento no estado, em dezembro de 2021.

A Equatorial pagou quase R$ 1 bilhão para adquirir a Caesa, estatal de água e esgoto do Amapá, e assinou o contrato de 35 anos de concessão em dezembro de 2021. Embora só tenha iniciado as operações em julho de 2022 por meio da Concessionária de Saneamento do Amapá (CSA), a empresa já atuava em “operação assistida” quando houve um aumento de cerca de 50% na conta de água.

Na ocasião, a Secretaria da Fazenda justificou que a tarifa estava congelada desde 2019 e que o reajuste já era previsto no projeto de privatização – ele seria necessário para que a concessionária assumisse a gestão tendo por base uma nova tarifa de água e esgoto. O aumento de 50% foi aplicado somente às residências com medidores.

Em julho do mesmo ano, apenas 14 dias após iniciar as atividades enquanto concessionária, a CSA anunciou novo aumento de 12,23% na tarifa da conta de água. Quase um ano depois, em 13 de julho de 2023, mais um reajuste tarifário foi confirmado pela companhia – desta vez, de 6,79%.

Procurada pelo Metrópoles, a CSA não retornou sobre os reajustes. O espaço segue aberto para manifestação.

Privatização da Sabesp

A Equatorial foi a única empresa que manifestou interesse em se tornar acionista de referência da Sabesp. A companhia propôs R$ 6,9 bilhões para adquirir cerca de 15% das ações da estatal – o preço mínimo foi de R$ 67 por ação, valor que, segundo o governo paulista, foi superior ao preço mínimo apresentado aos potenciais investidores.

Em uma apresentação a investidores, em julho deste ano, a Equatorial afirma analisar “oportunidades” no setor de saneamento há cinco anos. A empresa atua no ramo de energia elétrica e fez sua estreia no ramo de saneamento há dois anos, com a própria concessão no Amapá.

Tarifa da Sabesp

Inicialmente, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), havia dito que a tarifa da conta de água seria reduzida com a privatização da Sabesp, uma de suas principais promessas de campanha. Depois, ele mudou o tom do discurso e passou a anunciar que a tarifa aumentaria em “valor menor”.

Na apresentação aos investidores, a Equatorial indica “alto incentivo para investimentos e redução tarifária” da Sabesp, sem detalhar, e fala em “revisão periódica” da tarifa a cada cinco anos.

A empresa cita necessidade de otimização de custos e indica a adoção de planos de demissão voluntária, como o que ocorreu com a Sabesp em 2023, quando quase 2 mil funcionários se inscreveram em um programa de desligamento.

Além disso, a Equatorial também fala em redefinir a relação com os sindicatos – muitos deles contrários à privatização da Sabesp –, implementar a “cultura de dono” e oferecer incentivos com base na performance dos funcionários.

No dia 16 de julho, o governo paulista divulgará se a Equatorial será, de fato, a acionista de referência da Sabesp. A conclusão da privatização está prevista para 22 de julho.

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Público contrário à privatização da Sabesp na Alesp
Público favorável à privatização da Sabesp na Alesp
O deputado Eduardo Suplicy durante audiência pública da privatização da Sabesp
Ao fundo, o deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos) segurando cartaz a favor da privatização da Sabesp
Público contrário à privatização da Sabesp na Alesp
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Plenário da Alesp com manifestantes pró e contra privatização da Sabesp

Rodrigo Costa e Rodrigo Romeo/Alesp
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Público contrário à privatização da Sabesp na Alesp

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O deputado Eduardo Suplicy durante audiência pública da privatização da Sabesp

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Ao fundo, o deputado estadual Tomé Abduch (Republicanos) segurando cartaz a favor da privatização da Sabesp

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Público contrário à privatização da Sabesp na Alesp

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Público favorável à privatização da Sabesp na Alesp

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A Equatorial

No setor de energia elétrica, a Equatorial possui concessões de fornecimento de eletricidade nos estados de Alagoas, Amapá, Goiás, Maranhão, Pará, Piauí e Rio Grande do Sul.

Uma das principais acionistas da companhia é a Opportunity, gestora do banqueiro Daniel Dantas, que foi preso duas vezes no âmbito da Operação Satiagraha, em 2008, sob suspeita de crimes contra o sistema financeiro. A operação foi anulada posteriormente pela Justiça.

Na semana passada, a bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) pediu ao Ministério Público estadual (MPSP) que investigue se houve conflito de interesse no processo de privatização da Sabesp.

A representação enviada ao MPSP questiona o fato de a presidente do conselho administrativo da Sabesp, Karla Bertocco, ter ocupado um cargo no conselho da Equatorial até dezembro de 2023.

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