Sabesp faz acordo que evita cobrança bilionária antes de privatização
Processo de privatização da Sabesp, em curso pelo governo Tarcísio de Freitas, é previsto para terminar ainda este ano
atualizado
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São Paulo – A Sabesp anunciou, nesta quarta-feira (19/6), ter feito um acordo para evitar que os credores da empresa antecipem a cobrança de dívidas que somam R$ 22 bilhões por causa do processo de privatização da companhia de saneamento básico paulista.
As negociações foram necessárias porque as debêntures e os empréstimos da Sabesp com bancos incluíam cláusulas que permitiam a cobrança das dívidas de uma única vez no caso da mudança de controle da empresa, o que ocorrerá com a privatização.
A privatização da Sabesp é uma das promessas de campanha do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e se encaminha para a abertura do cadastro de compradores na B3, a Bolsa de Valores Brasileira, ainda neste mês de junho.
“A conclusão bem-sucedida do processo se deveu a um robusto planejamento, aliado a uma estratégia bem definida e a excelente execução do time envolvido no processo, que incluiu uma assertiva comunicação com os investidores e demais stakeholders”, afirmou, em nota, o presidente da Sabesp, André Salcedo.
Privatização da Sabesp
Atualmente, o governo paulista detém 50,3% das ações da Sabesp e espera, após a privatização, manter cerca de 18% de participação na empresa.
A companhia vai funcionar com um acionista de referência, que ficará com 15% dos papéis da empresa e não poderá concorrer a concessões paulistas por outras companhias das quais seja sócio.
Em nota divulgada nesta tarde, a Sabesp também anunciou ter feito um acordo com 14 mil debenturistas, que somam R$ 10 bilhões em títulos de dívidas.
“A aprovação da proposta da Sabesp reafirma nosso compromisso com a estabilidade financeira da companhia. Nossos credores demostraram que continuam acreditando na companhia e em sua gestão financeira”, diz nota assinada pela diretora financeira da Sabesp, Cátia Pereira.