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Sabesp: Câmara inclui criação de empresa própria de água no Orçamento

Relator do Orçamento diz que texto vai prever criação de empresa de saneamento própria para substituir Sabesp em caso de privatização

atualizado

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Richard Lourenço/Rede Câmara
Imagem colorida mostra Sidney Cruz, homem pardo, de terno cinza e camisa branca, sentado em uma mesa de reuniões, falando ao microfone - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida mostra Sidney Cruz, homem pardo, de terno cinza e camisa branca, sentado em uma mesa de reuniões, falando ao microfone - Metrópoles - Foto: Richard Lourenço/Rede Câmara

São Paulo — Os vereadores de São Paulo incluíram uma dotação no Orçamento da capital para 2024 destinada à criação de uma empresa municipal de água e coleta de esgoto que poderia substituir a Sabesp caso a privatização da companhia estadual não seja considerada vantajosa para a cidade, na visão dos parlamentares.

O projeto de privatização da Sabesp foi aprovado pela Assembleia Legislativa (Alesp) nessa quarta-feira (6/12). Agora, o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) deve negociar os termos da privatização com cerca de 30 dos 375 municípios atendidos pela empresa com contratos que preveem anulação caso o controle da companhia saia das mãos do governo.

Tarcísio quer concluir a modelagem da privatização até julho do ano que vem para lançar a proposta final de venda das ações da companhia ao mercado.

Empresa paulistana

Na capital, porém, os vereadores consideram que a Prefeitura pode rescindir o contrato com a Sabesp e criar uma estatal de saneamento própria. Por isso, passaram a discutir a inclusão de uma dotação para esta finalidade no Orçamento.

Nesta quinta-feira (7/12), após a votação da Alesp, o relator do projeto, vereador Sidney Cruz, do Solidariedade (na foto em destaque), confirmou a iniciativa ao Metrópoles.

“Vamos criar uma rubrica dentro do Orçamento. Eu não sei qual será a decisão da Câmara Municipal, mas caso a Câmara entenda pela criação da empresa de saneamento do município, a rubrica já vai estar lá no Orçamento de 2024”, disse o vereador.

Segundo Sidney, a inclusão da dotação partiu de uma sugestão feita pelo presidente da Câmara, Milton Leite (União), articulada com as demais bancadas.

A dotação será criada com um valor simbólico, de R$ 1 mil, que será suplementado caso a ideia prospere.

Os vereadores já criaram uma comissão de estudos em andamento para calcular o que eles têm chamado de “passivo” da Sabesp — o valor que ainda precisa ser investido para a despoluição das represas Billings e Guarapiranga, do Rio Tietê e dos demais córregos, além de garantir a coleta e o tratamento universal de esgoto.

O plano do Legislativo é só aceitar um novo contrato com a Sabesp privatizada caso ele esteja condicionado à realização desses investimentos específicos.

Essa movimentação toda decorre de uma cláusula do atual contrato de prestação de serviços que a Sabesp tem com a Prefeitura, assinado na gestão do ex-prefeito e atual secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD), em 2009, que prevê a perda de validade caso o controle acionário da empresa saia das mãos do governo.

Na semana passada, antes da aprovação da privatização pela Alesp, Tarcísio estimou que a nova empresa deverá investir R$ 30 bilhões na capital, de um investimento total estimado em R$ 70 bilhões “nos próximos anos”.

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