Roubo dos Biancardi: Justiça busca foragido e mãe diz que ele morreu
Pais da influenciadora Bruna Biancardi foram vítimas de assalto em Cotia em novembro de 2023; só um dos acusados está preso pelo roubo
atualizado
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São Paulo – Uma oficial de Justiça bateu na casa de Pedro Henrique dos Santos Vasconcelos, o Urso, de 18 anos, que está foragido pelo roubo à casa dos pais da influenciadora Bruna Biancardi, foi atendido pela mãe dele e recebeu a notícia de que o jovem havia morrido.
O episódio aconteceu no dia 3 de maio de 2024, em Cotia, na Grande São Paulo, ocasião em que a oficial de Justiça deveria cumprir um mandado de citação contra Urso. Segundo a mãe relatou, o réu morreu em novembro de 2023 – mesmo mês em que o assalto aos Biancardi aconteceu.
Como nenhum atestado de óbito foi apresentado no processo, Urso é oficialmente considerado foragido. Policiais civis que atuaram diretamente na investigação do caso também desconhecem, até o momento, qualquer comprovação da morte do foragido.
O Metrópoles tentou contato com a família do réu, mas sem sucesso. O espaço segue aberto para manifestação.
Segundo a investigação, Pedro Henrique é a pessoa flagrada no banco do passageiro quando o carro usado no assalto passa pela portaria do condomínio. O veículo era conduzido por Eduardo Seganfredo Vasconcelos, 19 anos, que é vizinho dos Biancardi, está preso e confessou participação no roubo.
Outros envolvidos
O terceiro suspeito de participar do roubo foi identificado como “Europa”. Os três são acusados de invadir a casa e roubar Telma Fonseca Ribeiro, 50 anos, e Edson Ribeiro, 52, os pais de Bruna Biancardi, que foram amarrados por cadarços de tênis e ficaram sob poder dos criminosos por cerca de 25 minutos em 7 de novembro de 2023.
Os ladrões levaram três bolsas de luxo, cada uma avaliada em R$ 20 mil, além de relógios e joias de Bruna Biancardi e Mavie, a filha recém-nascida que a influencer tem com Neymar. Os objetos roubados teriam ficado com “Europa”, de acordo com depoimento de Eduardo.
O vizinho preso também relatou que o crime foi planejado na noite da véspera, em um bar da zona oeste da capital paulista, onde ele e os comparsas beberam cerveja e fumaram maconha.
Segundo a investigação, Eduardo usou o carro do padrasto, um Ford Fusion, e, como já tinha o cadastro de biometria (veja abaixo), conseguiu colocar os comparsas para dentro do local. Os bandidos aproveitaram que o condomínio estava sem energia elétrica.
Como foi o assalto
À Polícia Civil, as vítimas contaram que os ladrões estavam com duas armas de fogo. Por volta das 3h, Telma e Edson, que estavam na cama, foram acordados e rendidos pelos criminosos. Escondidos por capuz, os bandidos estavam só com os olhos à mostra.
Segundo Edson, os bandidos falavam que sabiam que eles eram “sogros de Neymar” e tinham dinheiro. Também perguntaram pelo paradeiro de Bruna Biancardi.
Um revólver era apontado para as vítimas o tempo todo, de acordo com o depoimento. Pressionando por dinheiro, os ladrões também ameaçaram jogar óleo fervendo no rosto de Telma e chegaram a levá-la para a cozinha.
Antes de fugir, os criminosos amarraram as vítimas e as mandaram ficar na casa por cinco horas. Durante a ameaça, os bandidos diziam conhecer “toda a rotina do casal” e que “mandariam alguém atrás deles”.
O casal desobedeceu os ladrões e, imediatamente, acionou a segurança do condomínio, que analisou as imagens de câmeras e identificou o morador como um dos participantes do assalto. Eduardo foi preso em flagrante pela Guarda Civil ao tentar fugir a pé.
Insanidade mental
Atualmente recolhido no Centro de Detenção Provisória (CDP) 1 de Guarulhos, na Grande São Paulo, Eduardo chegou a pedir transferência para Tremembé, no interior paulista, cidade da chamada “Cadeia dos Famosos”, onde ficam presos envolvidos em casos de grande repercussão, como o ex-jogador Robinho e o motorista do Porsche Fernando Sastre Filho.
Em resposta à acusação oferecida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), em fevereiro, a defesa de Eduardo pediu que a ação fosse considerada improcedente e solicitou exame toxicológico no réu.
O argumento é que Eduardo apresentaria “histórico de dependente crônico”. “Por isso, existem dúvidas razoáveis acerca da higidez mental do acusado”, registrou o advogado Marcos Antonio Antunes Barbosa.
O MPSP foi favorável ao pedido. “Não me oponho ao pleito referente à instauração do incidente de insanidade mental, por se tratar de prova da defesa”, escreveu o promotor Filipe Viana de Santa Rosa. Ainda não há decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).