Com novo prédio, Pinacoteca passa a ser o maior museu do Brasil
Pina Contemporânea abre neste sábado (4/3) com individual da sul-coreana Haegue Yang e coletiva com obras de grandes dimensões do acervo
atualizado
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Somando os espaços do prédio icônico de tijolos aparentes, na praça da Luz, a Estação Pinacoteca, no Largo General Osório, e a nova Pinacoteca Contemporânea, na avenida Tiradentes, a Pinacoteca do Estado de São Paulo soma agora 22.041 m². A expressiva metragem torna a instituição o segundo maior museu da América Latina, atrás apenas do Museu Nacional de Antropologia do México.
“Ter mais área expositiva é sempre bem-vindo”, diz Jochen Volz, diretor da Pinacoteca. Com a Pinacoteca Contemporânea, apelidada de Pina Contemporânea, a instituição tem agora 9 mil m² para expor seu acervo de cerca de 10 mil itens.
“Nós temos dois edifícios, a Pinacoteca Luz e a Estação Pinacoteca, que são espaços adaptados para serem museus”, lembra Volz. “Aqui, nós tivemos a possibilidade de criar tudo do zero e construir espaços mais amplos e flexíveis para receber as obras e montar exposições.”
Além disso, o diretor destaca as melhores acomodações para receber a biblioteca, o centro de documentação, uma maior reserva técnica para guardar obras do acervo e espaços para atividades do setor educativo.
Para os grandes
Quando o trabalho “Irruption”, de Regina Silveira, entrou para o acervo da Pinacoteca, os adesivos de pegadas humanas, que compõem a obra, limitavam-se a cobrir apenas uma estreita coluna do 2º andar da Pina Luz. “Irruption”, entretanto, foi um trabalho pensado para ser grande. Com ele, Silveira envelopou, por exemplo, a fachada do prédio da Bienal de Taipei em 2006 — sua maior instalação até aquele momento.
Quem visitar a exposição “Chão da Praça”, na Grande Galeria, terá um melhor entendimento da dimensão desse projeto, que agora ocupa as paredes de todo o corredor que dá acesso à sala. O espaço, construído no subsolo do novo prédio, foi planejado para exibir obras grandes que a Pinacoteca tinha dificuldade de apresentar nos prédios Luz e Estação.
A sala tem mil metros quadrados, pé direito de cerca de quatro metros, além de boas instalações para exibir vídeos. Um dos trabalhos audiovisuais presentes na mostra é “A banda dos sete” (2010), de Sara Ramo.
A exposição explora todo o potencial do espaço, apresentando cerca de 60 grandes obras (em qualidade e tamanho) do acervo da instituição, raramente exibidos. Outro exemplo é “Ttéia” (2002), de Lygia Pape, que, em Inhotim, há uma versão que ocupa toda uma sala.
A primeira vez
Qual a beleza de um varal de roupas ou de uma persiana de metal usada em escritórios? A artista sul-coreana Haegue Yang, na individual “Quase Coloquial”, liberta esses objetos de seus usos cotidianos para transformá-los em arte. Além de inaugurar a Galeria Praça, essa é a primeira grande individual Yang no Brasil, que também é a primeira sul-coreana a expor na Pinacoteca.
Yang sabe como ocupar bem o espaço — toda a sala está preenchida. No teto, esculturas aéreas, feitas de persianas e luzes tubulares, estão penduradas. No chão, objetos sonoros, compostos de varais de pisos com guizos, chiam ao mínimo movimento, preenchendo olhos e ouvidos. Na parede, a artista expõe colagens que misturam ícones da cultura pop, como Hello Kitty, com imagens de artistas brasileiros, a exemplo de Caetano Veloso e Lygia Clark.
O ingresso para entrar na Pinacoteca Contemporânea custa de R$ 5 a R$ 10, mas neste primeiro mês a entrada será gratuita.
Pinacoteca Contemporânea: avenida Tiradentes, 273 — Luz. Sex./seg.: 10h/17h, qua.: 10h/17h, qui.: 10h/20h. Site: pinacoteca.org.br.