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Crítica: Aftersun exalta relação de pai e filha e descoberta do amor

Filme com Paul Mescal, Aftersun marca estreia de Charlotte Wells em longas e faz alusão à memórias da diretora com o pai

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Foto: Sarah Makharine
homem abraçado com criança - metrópoles
1 de 1 homem abraçado com criança - metrópoles - Foto: Foto: Sarah Makharine

Existem teorias que colocam os pais como o primeiro amor dos filhos. E talvez seja essa relação, que pode parecer mágica na primeira infância, mas costuma mudar na adolescência, que leva aos conflitos das relações entre pais e filhos. Afinal, conforme crescemos, percebemos os defeitos das pessoas que nos criaram e passamos a fazer uma busca por outros tipos de amor. 

É esse confuso crescimento que Aftersun apresenta nas telas do cinema a partir desta quinta-feira (1º/12). O filme, que tem Paul Mescal como o protagonista Callum e Frankie Corio dando vida à pequena Sophie, marca também a estreia da diretora Charlotte Wells em longas-metragens no cinema. Para a produção, ela se inspirou em memórias que criou com o pai nas férias enquanto era criança. 

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Callum e Sophie passam férias da Turquia na trama
Nos pequenos gestos de Callum é possível entender os sentimentos dele
Paul Mescal interpreta o protagonista Callum
Frankie Corio dá vida à Sophie
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Aftersun tem como mote principal o amor de pai e filha

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Callum e Sophie passam férias da Turquia na trama

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Nos pequenos gestos de Callum é possível entender os sentimentos dele

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Paul Mescal interpreta o protagonista Callum

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Frankie Corio dá vida à Sophie

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Em Aftersun, Sophie vai passar as férias com o pai em um hotel simples e barato. Entre sol à beira da piscina, mergulhos no mar e apresentações noturnas, os dois registram a viagem à Turquia dos anos 1990 com uma câmera de vídeo. É nesse pequeno período de folga também que a menina começa a observar algo além das relações que a moveram até os 11 anos. 

É marcante enxergar beijos e carinhos que parecem tão comuns aos adultos pela perspectiva de alguém que está na transição entre a infância e a adolescência. A mudança de perspectiva também traz cenas um tanto fofas e o “primeiro amor” da menina, carregado de inocência e leveza. 

Embora o filme não tenha muitas falas que demonstram o amor entre pai e filha, são nos pequenos atos que é possível ver a potência desse sentimento. Callum vai além dos cuidados tradicionais e ensina coisas que considera importantes para a menina, mas também mostra um sofrimento comum à paternidade, que não é tão comum nas telonas. 

Outra dor que parece atormentar o personagem de Mescal é ultrapassar os 30 anos. Nas férias, ele está prestes a completar 31, embora a filha se divirta com a ideia de que ele já tem “130”. Nos pequenos detalhes, é possível ver a clássica “crise dos 30” refletida na frustração de quem não alcançou todos os objetivos — e sofre por isso.

Quem também vive sob algum tipo de tormento é a Sophie adulta, uma mulher casada e mãe, que parece buscar uma compreensão sobre a relação com o pai, por quem nutre carinho, mas também questionamentos. É revivendo as memórias dela que a diretora apresenta um longa sem respostas diretas, mas com aberturas para aqueles que se apegam às possibilidades e não se chocam com a realidade.

Avaliação: Bom.

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