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Agenda Cultural SP: para curar a ressaca do Carnaval (mas nem tanto)

Cinema, exposição, show e teatro para quem quiser ficar fora de casa; se preferir o sofá: livro, podcast e documentário para se resguardar

atualizado

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Daniel Barbosa
imagem colorida Jacksons do Pandeiro
1 de 1 imagem colorida Jacksons do Pandeiro - Foto: Daniel Barbosa

O Carnaval teoricamente acabou. Quem quiser curtir um bloquinho, porém, ainda dá tempo. As dicas da agenda deste fim de semana estão com um pé em cada barco — como diz  a frase popular. A maioria das indicações segue a pegada musical, outras ainda continuam em ritmo de folia.

Para quem quiser sair de casa, tem show do João Donato no Sesc Pinheiros, documentário sobre a Beth Carvalho no cinema e exposição de uma coleção particular cheia de ícones do modernismo brasileiro.

Aos unidos do sofá, o Metrópoles encontrou um filme raro sobre a rotina do poeta Manuel Bandeira (e tem também indicação de livro do escritor); documentário sobre Maria Bethânia e podcast com Fernanda Torres. Confira as dicas.

Teatro

Jacksons do Pandeiro

O musical faz uma homenagem ao ‘Rei do Ritmo’, Jackson do Pandeiro (1919–1982). Jackson compôs mais de 400 canções em gêneros diversos como samba, forró, coco, baião e frevo. O espetáculo não é uma biografia, mas aborda episódios e músicas do compositor que se relacionam com a vida dos atores em cena.

Teatro Porto Seguro: alameda Barão de Piracicaba, 740 — Campos Elíseos. Sex./ sáb.: 20h; dom.: 17h. Ingressos a partir de R$ 35. Site: teatroportoseguro.com.br. Até 26 de março.

Show

João Donato

No domingo (26/2), o músico João Donato apresenta canções inéditas de seu primeiro álbum solo em 20 anos, “Serotonina”. O repertório traz ainda músicas de seu acervo e composições realizadas com músicos da nova geração — entre os parceiros estão: Céu e Rodrigo Amarante. O show é inspirado no poder de cura da música.

Sesc Pinheiros: rua Paes Leme, 195 — Pinheiros. Dom. (26/2): 18h. Ingressos a partir de R$ 15. Site: sescsp.org.br.

Exposição

Centelhas em Movimento

A exposição faz parte do projeto “Instituto Tomie Ohtake Visita” e apresenta a Coleção Igor Queiroz Barroso. A mostra traz cerca de 190 obras de mais de 55 artistas do acervo do colecionador cearense. Há trabalhos de nomes como Tarsila do Amaral (1886–1973), Anita Malfatti (1889–1964), Maria Martins (1894–1973) e um grande número de obras produzidas entre as décadas de 1950 e 1970. O Metrópoles já visitou a exposição.

Instituto Tomie Ohtake: Rua Coropé, 88 — Pinheiros. Ter./dom.: 11h/20h. Site: institutotomieohtake.org.br. Grátis. Até 9/4.

Cinema

Andança — Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho

Beth Carvalho sabia que não veio ao mundo a passeio. Ela documentou os 53 anos de sua carreira em super-8, vh-s, mini-dv, k7 e fotos. O documentário, claro, se vale desses registros para apresentar a trajetória de Beth. Um recorte único, íntimo da carreira e da vida dessa singular figura da cultura nacional.

Dir.: Pedro Bronz. Documentário, 110 min. Em cartaz nos cinemas.

EM CASA

Para ouvir

A Playlist da Minha Vida

Se você pudesse escolher as músicas que marcaram a sua história, quais seriam elas? Em “A Playlist Da Minha Vida”, a atriz Fernanda Torres recebe atores, músicos e intelectuais em seu divã-musical para um mergulho nas memórias mais profundas de cada um. Já estão disponíveis as conversas com Marcelo D2, Mart’nália e Gregório Duvivier. Toda sexta-feira tem episódio novo.

Disponível na Deezer.

Fevereiros

Muitos conhecem a Maria Bethânia cantora e a Maria Bethânia que declama poesias. Poucos conhecem, entretanto, a Maria Bethânia da fé e do Carnaval. O filme registra a vitória da Mangueira em 2016, cujo enredo homenageou a cantora. Além de filmar a escola e os preparativos do barracão, a produção acompanha Bethânia nas festas de Nossa Senhora da Purificação em Santo Amaro, na Bahia.

Dir.: Marcio Debellian. Documentário, 114 min. Disponível no Globoplay.

Livro:

Carnaval

Publicado em 1919, este livro curto apresenta um Manuel Bandeira polêmico e desafiador, principalmente pelo poema “Os sapos”, que mobilizou as lutas modernistas do início do século XX e se tornou ícone da rebeldia da Semana de Arte Moderna de 1922. É claro que com esse título não poderiam faltar poemas sobre Carnaval — a exemplo de “Sonho de uma Terça-Feira Gorda” e “Poema de uma Quarta-Feira de Cinzas”.

Trecho de “Sonho de uma Terça-Feira Gorda”:

[…]

Nós caminhávamos de mãos dadas, com solenidade,

O ar lúgubre, negro, negros…

Mas dentro em nós era tudo claro e luminoso!

Nem a alegria estava ali, fora de nós.

A alegria estava em nós.

Era dentro de nós que estava a alegria,

— A profunda, a silenciosa alegria…

“Carnaval”, de Manuel Bandeira. Global, 112 páginas. R$ 52

Bônus:

O Metrópoles encontrou, no YouTube, o mini-documentário “O poeta do castelo” (1959), de Joaquim Pedro de Andrade, sobre o poeta Manuela Bandeira. O filme apresenta a rotina de Bandeira em seu pequeno apartamento no centro do Rio de Janeiro.

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