Agenda Cultural SP: dicas para quem quer esquecer do Carnaval
Cinema, exposição, show e teatro para quem quer passear no feriado; se preferir o sofá: livro, disco e série para ficar bem longe da folia
atualizado
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São Paulo — Começou a temporada no inferno para quem não curte confete, serpentina e Allah-la-ô… — ou seria melhor cantar: “Vem deslizando (vai)”? O Metrópoles vai dar uma ajudinha para aqueles que não curtem a folia se divertirem no feriado também.
A agenda cultural de São Paulo para este fim de semana está cheia de dicas que vão fazer você esquecer dos bloquinhos — ok, talvez você cruze com um ou outro no meio do caminho. Nem cogita sair de casa? Fique tranquilo. Tem indicações de música, série e livro. Confira as dicas:
Exposição
Ianelli 100 anos
A exposição reúne 98 obras do artista Arcângelo Ianelli (1922–2009), que se dedicou à pintura e à escultura. Em vez de uma tradicional mostra com cronologia linear, a curadora Denise Mattar apresenta o percurso de Ianelli em uma espiral, apresentando pontos de contato entre trabalhos de diferentes períodos. É daqueles programas imperdíveis para quem curte pintura. O Metrópoles já visitou a exposição.
Museu de Arte Moderna: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n° — Vila Mariana. Ter./dom.: 10h/17h30. Ingresso: R$ 25 (dom.: grátis). Site: mam.org.br. Até 14 de maio.
Cinema
Esquenta Carnaval
Que tal curtir Carnaval sentado na poltrona do cinema? Entre os dias 16 e 18 de fevereiro, a Cinemateca apresenta a mostra “Esquenta Carnaval”. Com entrada gratuita, os cinéfilos poderão ver sete filmes: “Carnaval Barra Limpa” (2016), “Ladrões de Cinema” (1977); “A Lira do Delírio” (1978); “Ó Paí, Ó” (2007); “Arrasta a Bandeira Colorida” (1970), “Rainha” (2016) e “Alfazema” (2019). A programação completa está disponível no perfil do Instagram da Cinemateca (@cinemateca.brasileira). Os ingressos serão distribuídos 1 hora antes de cada sessão.
Largo Senador Raul Cardoso, 133 — Vila Clementino. Site: cinemateca.org.br. Grátis.
Teatro
Uma relação tão delicada
A trama mergulha na relação de duas mulheres, mãe e filha, em um período de 60 anos. A peça propõe reflexões sobre temas como amor, envelhecimento e, claro, a relação entre pais e filhos. Quem assina a adaptação do texto da francesa Loleh Bellon e a produção da peça é a atriz Rita Guedes (que já conversou com o Metrópoles sobre a montagem).
Teatro UOL: Avenida Higienópolis, 618 (no shopping Higienópolis). Sex.: 21h, sáb./dom.: 20h. Ingressos a partir de R$ 70. Site:teatrouol.com.br. Até 26 de fevereiro.
Show
Banda Quimbará toca Buena Vista Social Club
É hoje! O conjunto musical dedicado aos ritmos latinos retorna ao Blue Note com uma homenagem ao lendário grupo cubano Buena Vista Social Club. A banda fará dois shows nesta sexta-feira (17/2), às 20h e às 22h30. No repertório, estão os sucessos “Chan Chan”, “Dos Gardenias”, e “Lágrimas Negras”. Uma ótima pedida para quem quer fugir das marchinhas e das músicas dos trios elétricos.
Blue note: Avenida Paulista, 2073 — Consolação. Sex (17/2).: 20h e 22h30. Site: bluenotesp.com. Ingressos a partir de R$ 45.
EM CASA
Para ver:
Olhar Indiscreto
A série conta a história de Miranda (Débora Nascimento), uma hacker habilidosa, que passa os dias observando, pela janela, a rotina de Cléo (Emanuelle Araújo), uma garota de programa que mora do prédio em frente. Tanto o texto quanto a direção da produção são comandados por mulheres. O que fez toda a diferença no tratamento das cenas de sexo. “Olhar indiscreto” é a primeira produção brasileira da Netflix a contar com uma coordenadora de intimidade no set de filmagem. A responsável por esse trabalho foi Barbara Harrington, que conversou ao Metrópoles sobre seu papel na gravação.
“Olhar Indiscreto”, série de dez episódios disponível na Netflix.
Para ouvir:
Burt Bacharach
O sonho do compositor Burt Bacharach (1928 – 2023) era colocar arranjos sinfônicas em canções populares. Ele alcançou essa meta com sucesso. São deles os hits “I’ll Never Fall In Love Again”, “The Look of Love” e “Raindrops Keep Fallin’ on My Head” — com esta última conquistou o Oscar de melhor canção. Bacharach morreu no último 8 de fevereiro. A dica para esse feriado de Carnaval é ouvir suas composições até a quarta-feira de cinzas. Com destaque para o álbum “What The World Needs Now – The Music of Burt Bacharach”, que traz as músicas favoritas do compositor com arranjos tocados pela Royal Philharmonic Orchestra.
Disponível no spotify.
No YouTube, há um registro de um concerto, realizado em 1986, em que Bacharach toca piano e rege a Quad City Symphony Orchestra.
Para ler:
Meu ano de descanso e relaxamento
O título remete ao desejo de muitas pessoas: tirar um ano para descansar e relaxar. O livro de Ottessa Moshfegh, no entanto, fala mais sobre angústia do que sobre o período sabático. Ottessa é uma escritória habilidosa e faz um interessante ensaio sobre a depressão, sem perder o humor. A personagem principal é uma mulher de 26 anos, linda, rica, inteligente e mora em um dos locais mais cobiçados de Nova Iorque. Ela parece ter a vida que todo mundo deseja. No entanto, demonstra um total desinteresse pela cheia de glamour que leva.
Trecho:
“No fundo do coração, eu sabia — talvez essa fosse a única coisa que meu coração sabia naquela época — que assim que eu tivesse dormido o suficiente ficaria bem. Eu me renovaria, renasceria. Seria uma pessoa totalmente nova, cada uma das minhas células se regeneraria a tal ponto que as antigas pareceriam memórias distantes encobertas pela névoa. Minha vida passada seria apenas um sonho e eu poderia começar de novo sem arrependimentos, amparada pela felicidade e pela serenidade que teria acumulado em meu ano de descanso e relaxamento”
Meu ano de descanso e relaxamento, de Ottessa Moshfegh, 304 pág. Todavia, 2018.
