Rival do PCC: membro do “Bando do Magrelo” é preso no Paraná
Nariz Torto era integrante do “Bando do Magrelo”, que disputa com o PCC o controle do tráfico de drogas na região de Rio Claro (SP)
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – A Polícia Civil prendeu um foragido da Justiça que integra o “Bando do Magrelo”, quadrilha rival do Primeiro Comando da Capital (PCC) que provocou onda de violência na região de Rio Claro, no interior paulista, por causa da disputa pelo controle do tráfico de drogas local.
Rafael Freitas dos Santos, conhecido no mundo do crime como Nariz Torto, aparece em fotos, apreendidas pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), empunhando fuzis (imagem em destaque). Como foi revelado pelo Metrópoles, o bando rival já matou ao menos nove do PCC, elevando o clima de vingança e tensão no interior paulista.
Nariz Torto foi detido em Umuarama, cidade do interior do Paraná que fica a cerca de 800 quilômetros de distância de Rio Claro, na última quarta-feira (19/7).
A prisão dele é um desdobramento da Operação Oposição, deflagrada em maio deste ano pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MPSP, e pelo Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), da Polícia Militar.
Na ocasião, foram presos cinco criminosos apontados como membros da quadrilha liderada por Anderson Ricardo de Menezes, o Magrelo. O chefe do bando foi preso ainda em maio, no dia 23. Ele usava documento falso na cidade de Borborema, a cerca de 210 quilômetros de distância de Rio Claro e a quase 380 quilômetros da capital paulista.
Como o Metrópoles mostrou, o “bando de Magrelo” disputa pontos de venda de drogas com o PCC na região de Rio Claro, onde o número de assassinatos dobrou nos últimos anos por causa dos confrontos entre traficantes.
Também conhecido como Patrão, Magrelo se considera “o novo Marcola“, referindo-se a Marco Willians Herbas Camacho, o líder máximo do PCC.
Raio de ação
O Gaeco identificou, a partir de mensagens trocadas entre a quadrilha, que o bando comercializa drogas com ao menos oito cidades.
Os diálogos foram acessados após a apreensão do celular de Rogério Rodrigo Graff de Oliveira, o Apertadinho. Ele também está preso, sob a suspeita de participação no homicídio do empresário Juliano Gimenes Medina, de 40 anos, em junho de 2022. Ele foi assassinado com mais de 20 tiros em São Pedro, cidade que fica a cerca de 50 quilômetros de distância de Rio Claro, no interior paulista.
Medina foi investigado pela Polícia Federal como suspeito de envolvimento em uma organização internacional de drogas.
De acordo com as conversas no celular, o bando de Magrelo mantém contatos comerciais para a venda de drogas em Louveira, Pirassununga, Leme, Americana, Sumaré, São Carlos e Jundiaí, todas no interior paulista.