Rio Tietê: mancha de poluição chega a 160 km e cresce 31% em um ano
Rio Tietê tem 160 km de mancha de poluição, crescimento de 31% em comparação com 2022; não foi encontrada água de ótima qualidade em 576 km
atualizado
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São Paulo — A mancha de poluição no Rio Tietê, no estado de São Paulo, chegou a 160 km de extensão, um aumento de 31% em relação a 2022, quando tinha 122 km. Na comparação com 2021, o trecho mais sujo quase dobrou — eram 85 km.
O resultado foi apresentado nesta terça-feira (19/9) pela Fundação SOS Mata Atlântica, que contou com apoio de voluntários para analisar 576 km dos 1.100 km do Tietê. São levados em consideração 16 indicadores, tendo como parâmetro o Índice de Qualidade da Água (IQA).
O lado positivo é que o trecho de água de boa qualidade também aumentou, passando de 60 km, em 2022, para 119 km agora — porém, ainda abaixo dos 124 km de 2021.
A maior parte do trecho monitorado se mantém em condição regular (293 km), sinalizando uma situação geral estável. Outros 293 km do Tietê estão em condição regular. Não foi observada água de qualidade ótima.
De forma geral, a água de boa qualidade está concentrada da nascente até Mogi das Cruzes, no início da região metropolitana, e em um trecho próximo ao reservatório de Barra Bonita.
Coordenador do programa Observando os Rios, Gustavo Veronesi afirma que há melhorias desde 2016, mas o crescimento da mancha de poluição merece atenção. Esgoto, gestão de reservatórios e atividades agropecuárias são condições que trazem danos à qualidade da água, apesar dos projetos de saneamento.
Segundo Veronesi, são necessários planos integrados em toda a bacia do Tietê. “É preciso mais empenho e investimentos para que, de fato, a universalização do tratamento de esgoto seja atingida em 2033, como prevê a lei, ou em 2029, como se comprometeu o atual governo do estado de São Paulo”, diz.