Diretor de Rio, Saldanha vê ararinha-azul pela 1ª vez em SP: “Sonho”
Carlos Saldanha esteva presente na inauguração do novo recinto da ararinha-azul no Zoológico de São Paulo. Personagem Blu é inspirado na ave
atualizado
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São Paulo — O cineasta Carlos Saldanha, diretor do filme Rio, que retrata uma ararinha-azul que, em determinado momento, é capturada por contrabandistas, viu uma ave da espécie pela primeira vez na vida durante o evento de inauguração do novo recinto das aves no Zoológico de São Paulo, que aconteceu na terça-feira (12/11).
Questionado pelo Metrópoles, o animador admitiu que, quando fez o filme, não achava que encontrar uma ararinha seria um sonho possível. “Quando eu contei a história, fazendo as pesquisas e tudo, era uma tristeza porque não havia muita esperança em relação a isso”, admitiu. “É o sonho virando uma realidade”.
No evento, Carlos ressaltou a a importância que a animação teve no entendimento das pessoas sobre a situação das ararinhas. “Eu fico muito feliz e honrado de poder fazer essa pequena contribuição para o projeto. Às vezes, o cinema tenta imitar a realidade, mas, às vezes, a realidade imita o cinema. Eu fico muito feliz de poder viver isso, é muito emocionante poder estar aqui”, falou.
Novo recinto da ararinha-azul
Um novo recinto dedicado à ararinha-azul, espécie de ave ameaçada de extinção, foi inaugurado no Zoológico de São Paulo na terça-feira (12/11). Aberto para o público, o novo espaço fica no Bosque da Conservação, que visa trazer mais conhecimento sobre a espécie aos visitantes.
Considerada como uma das aves mais raras do mundo pela bióloga responsável pelo setor de aves do Zoo, Fernanda Guida, serão duas ararinhas-azuis que ficarão expostas para o público. Ambas são machos e jovens e ainda não possuem nomes.
Veja o novo ambiente:
O recinto, que imita a Caatinga Baiana de Curaçá, tem 200 metros quadrados. “A gente tem o riacho, que imita o Riacho da Melancia, e uma árvore que imita a caraibeira [local onde foi encontrado o último ninho de ararinha]. Esse ambiente foi todo planejado para a gente receber esses dois indivíduos”, disse Fernanda.
No Brasil, só há 27 espécies de ararinha-azul, sendo que todas são de criação humana e controladas. A bióloga explicou ao Metrópoles que o pássaro foi extinto nos anos 2000, principalmente por conta do tráfico de animais nas décadas de 70 e 80. “Muitos animais foram retirados da Caatinga e foram destinados para criadores de fora do país, de forma ilegal”, disse Guida.
“Todas [as ararinhas-azuis] que existem hoje no mundo são animais que já nasceram sob cuidados humanos”, afirmou.
Em 2023, o governo federal fez um convite ao Zoológico de São Paulo para criar o Centro de Conservação para preservação e reprodução das ararinhas-azuis. Nesta terça-feira, além da inauguração do novo recinto, foi assinado um termo de cooperação técnica com o Instituto Arara Azul.
Arara-azul-de-Lear
Ao lado do novo viveiro das ararinhas, está o recinto das araras-azuis-de-lear, que também faz parte do Programa de Conservação do Zoológico. Segundo a bióloga Fernanda Guiza, a espécie já se reproduziu durante os cuidados deles: 19 nasceram lá. Além disso, 5 aves foram soltas de volta para a natureza.
Veja:
“Graças ao trabalho de manutenção sob cuidados humanos, de pesquisadores, de zoológicos, de criadores, que a gente consegue salvar tantas espécies que infelizmente correm o risco de extinção no Brasil”, falou Fernanda.