Rio Piracicaba tem terceira onda de peixes mortos em menos de 20 dias
Rio Piracicaba amanheceu, mais uma vez, com dezenas de peixes mortos por baixa oxigenação. Causa seria despejo de esgoto
atualizado
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São Paulo — Pela terceira vez em menos de vinte dias, o rio Piracicaba, no interior do estado de São Paulo, amanheceu com dezenas de peixes mortos.
A morte dos animais teria acontecido durante a madrugada desta terça-feira (23/7) após uma drástica queda na quantidade de oxigênio na água do rio. Dessa vez, indícios apontam que a água teria sido contaminada por um descarte irregular do Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae) de Piracicaba.
As novas mortes aconteceram na proximidade da Avenida Beira Rio, zona urbana de Piracicaba, a 8km de onde foram retiradas toneladas de peixes mortos nas últimas semanas.
O caso é investigado pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) e pelo Ministério Público do estado (MPSP), que não estabeleceram relação com a contaminação da Usina São José, apontada como responsável pelas duas primeiras ondas de mortes.
A Cetesb diz que, desde segunda (22), está monitorando o nível de oxigênio dissolvido nas águas do rio. A companhia fez uma inspeção na Estação de Tratamento de Água Luiz de Queiroz, da Semae, onde “foi constatado o lançamento irregular de efluentes”. Em nota, a Cetesb informou que novas amostras desses efluentes foram coletadas para análise.
A Semae nega responsabilidade no caso e diz que o material encontrado pela Cetesb é resultado da limpeza dos filtros e decantadores da ETA Luiz de Queiroz, operação de tratamento de água que seria necessária para o abastecimento da cidade.
A autarquia diz que colheu amostras da água do rio Piracicaba para análise e não constatou mudanças nos níveis de oxigênio após o despejo do material. Portanto, a empresa defende que o fato “não causou a mortandade dos peixes”.
A Prefeitura de Piracicaba, que é responsável pela Semae, afirmou, em nota, que pretende realizar uma reunião com a Cetesb e ao Ministério Público para solucionar o caso e garantir a continuação dos serviços da da ETA Luiz de Queiroz.
Ondas de mortes de peixes
A nova onda de mortes de peixes no rio Piracicaba é distinta das outras duas ocorrências, que aconteceram em 7 e 15 de julho. As primeiras ondas aconteceram na região da Avenida Cruzeiro do Sul e da região do Tanquã, área de proteção ambiental conhecida como mini pantanal paulista.
Segundo apontado por um laudo da Cetesb, as mortes foram causados pelo lançamento de mel e melaço pela Usina São José. Ao todo, 36 toneladas de peixes mortos foram retirados do rio Piracicaba e a empresa foi multada em R$ 18 milhões pelo ocorrido.