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Ricardo Nunes derrota Boulos e é reeleito prefeito de São Paulo

Ricardo Nunes (MDB) vence Guilherme Boulos (PSol) no 2º turno e se torna o terceiro prefeito da capital paulista a conseguir a reeleição

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O candidato à prefeitura de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) durante pronunciamento após divulgação do resultado do segundo turno das eleições de São Paulo eleições 2024 Metropoles 4
1 de 1 O candidato à prefeitura de São Paulo Ricardo Nunes (MDB) durante pronunciamento após divulgação do resultado do segundo turno das eleições de São Paulo eleições 2024 Metropoles 4 - Foto: Ettore Chiereguini/Especial Metrópoles @chiereguini.e

São Paulo – O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), foi reeleito neste domingo (27/10) para mais quatro anos de mandato à frente da Prefeitura paulistana, derrotando o candidato do PSol, Guilherme Boulos. Com 100% das urnas apuradas, Nunes conquistou 59,35% dos votos, enquanto Boulos somou 40,65%, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A reeleição do emedebista representa uma importante vitória política do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que mergulhou na campanha no momento em que o emedebista se via ameaçado pela candidatura do influenciador Pablo Marçal (PRTB), no primeiro turno, a despeito do distanciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que indicou o agora vice-prefeito eleito, Coronel Mello Araújo (PL).

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Por volta das 18h40, Nunes chegou ao clube em Santo Amaro onde sua equipe aguardava para a festa da vitória e comemorou a reeleição dando um abraço em Tarcísio: “Olha o grande vencedor aí”, disse o prefeito ao governador.

Nunes é o terceiro prefeito que consegue se reeleger na história da capital — antes dele, apenas Gilberto Kassab (PSD), em 2008, e Bruno Covas (PSDB), em 2020, conseguiram o feito. Em comum, os três eram vices e assumiram a Prefeitura com a saída dos titulares. No caso de Nunes, ele sucedeu Covas após seu falecimento, em maio de 2021.

Confira a apuração completa das eleições 2024

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Ricardo Nunes e Guilherme Boulos
O presidente do PSD, Gilberto Kassab (esquerda), ao lado do prefeito Ricardo Nunes (centro, ao lado da primeira-dama) e do governador Tarcísio de Freitas (direita)
Atual prefeito da capital também recebeu R$ 44,2 milhões
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Ricardo Nunes e Guilherme Boulos

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O presidente do PSD, Gilberto Kassab (esquerda), ao lado do prefeito Ricardo Nunes (centro, ao lado da primeira-dama) e do governador Tarcísio de Freitas (direita)

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Atual prefeito da capital também recebeu R$ 44,2 milhões

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Ricardo Nunes declarou ter recebido R$ 640 mil de pessoas físicas

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Prefeito Ricardo Nunes na Assembleia de Deus - Ministério Belém no domingo (22/9)

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Nunes durante caminhada na Lapa

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Ricardo Nunes (MDB), prefeito de SP, divulgando material de campanha

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Nunes em visita a creche

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Prefeito de SP Ricardo Nunes participa de ato junto com governador de Goiás Ronaldo Caiado e a primeira-dama do estado Gracinha Caiado

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O ex-presidente Michel Temer e o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes

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O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, com o presidente do TCU, Bruno Dantas

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O prefeito de SP, Ricardo Nunes, ao microfone

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O prefeito Ricardo Nunes na Favela de Heliópolis no último dia de campanha em SP

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O prefeito Ricardo Nunes participa de ato em Heliópolis no último dia de campanha em SP

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Nunes e Boulos se enfrentam em debate da TV Globo

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Pablo Marçal telefona para Ricardo Nunes

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Guilherme Ricardo Nunes e Guilherme Boulos no debate na Bandjá começou a falar da gestão de Nunes

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Candidatos à Prefeitura vão falar sobre o apagão que atinge São Paulo

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Nunes, missionário Valdemiro Santiago e Tarcísio

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Nunes com Michel Temer, seu correligionário

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O prefeito Ricardo Nunes participa de ato em Heliópolis no último dia de campanha em SP

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O prefeito Ricardo Nunes participa de missa na Paróquia São João Maria Vianney, no Grajaú, no último dia de campanha

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Boulos e Nunes se encaram durante debate na TV Globo

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Jair Bolsonaro e Ricardo Nunes

André Bueno/Câmara de SP
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Ricardo Nunes beija sua mulher Regina

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Ricardo Nunes e João Doria

Divulgação/GESP

Nunes assumiu a Prefeitura, em maio de 2021, prometendo preservar o “legado” de Bruno Covas, embora tenha sido criticado por parte dos tucanos, que o acusaram de fazer o oposto, especialmente após o emedebista se aproximar de Bolsonaro, em 2022. O grupo dissidente acabou lançando a candidatura do apresentador José Luiz Datena, que ficou apenas em quinto lugar no primeiro turno.

Agora, o prefeito reeleito, que anteriormente ocupou dois mandatos como vereador, deverá imprimir seu próprio ritmo à administração, sem a sombra do antecessor, mas com uma pressão para abrir mais espaço na Prefeitura para os aliados do PL de Valdemar Costa Neto, incluindo a ala bolsonarista do partido.

A vitória de Nunes veio após uma campanha pautada por estratégias tradicionais, buscando apoio tanto do eleitorado conservador de centro-direita quanto dos mais radicais da extrema direita, com o objetivo de garantir o maior tempo possível na propaganda de rádio e TV. O resultado foi uma coligação de 12 partidos, que lhe deram cerca de 65% de todo o horário eleitoral da corrida paulistana.

A eleição foi marcada por intensa troca de acusações, ofensas pessoais e episódios de agressão física, como a cadeirada de Datena em Marçal e o soco dado pelo videomaker do candidato do PRTB no marqueteiro de Nunes, ambos em debates na TV. O clima bélico foi pautado pelo influenciador e contaminou a campanha eleitoral.

Marçal disputava o mesmo eleitorado de Nunes, e ambos apareciam tecnicamente empatados nas pesquisas do primeiro turno, ao lado de Boulos, que tentava crescer entre os apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu principal cabo eleitoral. No segundo turno, porém, ex-coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) sofreu com alto índice de rejeição e teve dificuldades em “furar a bolha” da esquerda.

De centro com Bolsonaro

Nunes se apresentou como um político de posições conservadoras, mas moderadas. Ainda em 2022, visando a reeleição, buscou o apoio de Jair Bolsonaro (PL), acreditando que a eleição seria polarizada entre direita e esquerda, campo ocupado por Boulos, que já contava com o apoio de Lula. Foi o presidente quem articulou para a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) deixar a gestão Nunes para ser vice na chapa de Boulos.

Bolsonaro, no entanto, foi visto com reservas pelos aliados de Nunes, devido a posições radicais que poderiam afastar eleitores de centro. Por sua vez, o ex-presidente não demonstrou entusiasmo em apoiar o prefeito, aderindo ao projeto apenas após insistências do presidente de seu partido, Valdemar Costa Neto, e do governador Tarcísio de Freitas.

A relação cautelosa entre Nunes e Bolsonaro contribuiu para o objetivo de evitar um candidato bolsonarista alternativo na disputa. Bolsonaro formalizou apoio a Nunes, indicando o vice da chapa, Coronel Mello Araújo, e rompendo com Marçal no meio do primeiro turno, o que os aliados de Nunes consideram um fator decisivo para o resultado.

Apoio decisivo

A participação direta de Bolsonaro na campanha só ocorreu no último dia 22, em um almoço com Nunes e empresários em uma churrascaria na zona sul da cidade. No entanto, segundo integrantes da campanha, o apoio do ex-presidente já era dispensável, pois Nunes já tinha consolidado o favoritismo sobre Boulos no segundo turno.

Por outro lado, Tarcísio foi considerado essencial para a reeleição do prefeito. Além de garantir o apoio dos bolsonaristas, o governador atuou ativamente na campanha, pedindo votos para o prefeito na TV e organizando eventos para fortalecer a base de Nunes.

A campanha de Nunes destacou como trunfo eleitoral realizações como o fim da fila por vagas em creches, a abertura de 10 hospitais, o recapeamento de 4,1 mil km de vias, a instalação de câmeras de segurança e a criação de faixas azuis para motociclistas.

Entre as promessas, Nunes comprometeu-se a ampliar o ensino integral, aumentar o efetivo da Guarda-Civil Municipal, oferecer transporte gratuito para mães de crianças em creches e entregar 70 mil moradias.

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