Revisão de Tarcísio quintuplica casos de sequestros da gestão anterior

São Paulo – Com o argumento de corrigir supostas “inconsistências” nos dados criminais de São Paulo, o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) divulgou nesta quarta-feira (25/10) novos dados de sequestro registrados em 2022, último ano da gestão do ex-governador Rodrigo Garcia (PSDB).

Por causa da revisão, o número oficial de sequestros ocorridos no estado em todo o passado saltou de 56 para 289 casos. Isso é o equivalente a multiplicar a base de dados por cinco.

Já entre janeiro e setembro de 2023, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) registrou 150 extorsões mediante sequestro no estado, segundo os dados divulgados nesta quarta-feira.

Esse número representaria um aumento de 168% em relação ao mesmo período do ano anterior, caso as estatísticas não tivessem passado pela revisão feita pela pasta comandada pelo secretário Guilherme Derrite.

Com a mudança na estatística do ano passado, no entanto, os 150 sequestros deste ano representam uma queda de 32%, comparado ao período de janeiro a setembro de 2022. Segundo a gestão Tarcísio, teriam sido 222 ocorrências registradas nos nove primeiros meses do ano passado.

Revisão

Em julho, o Metrópoles mostrou que o governo Tarcísio havia escondido o número de sequestros da estatística oficial da Secretaria da Segurança Pública (SSP). Tradicionalmente, os dados desse tipo de crime são divulgados a cada três meses.

Os dados sobre extorsões mediante sequestro são divulgados desde 1995 no site da pasta. Desde o início do governo Tarcísio, contudo, os registros de ocorrências referentes a 2023 ficaram sem ser publicados até agora.

A medida coincidiu com a explosão do número de casos do chamado “golpe do amor”, onde vítimas de extorsão mediante sequestro são atraídos por aplicativos de relacionamento.

Na ocasião, a pasta comandada por Derrite afirmou, em nota, que a divulgação dos dados de sequestro havia sido interrompida temporariamente para revisão.

“Após esta suspensão temporária, a publicação dos dados será retomada e normalizada. Além disso, este grupo estuda uma nova forma de envio dos dados permitindo maior agilidade e transparência da informação.”