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Relatório aponta lucro indevido de R$ 45 mi de sócios da 123 Milhas

Segundo administradores judiciais do processo de recuperação da 123 Milhas, sócios da empresa receberam lucro indevido de R$ 45 milhões

atualizado

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Juca Varella/Agência Brasil
123-milhas
1 de 1 123-milhas - Foto: Juca Varella/Agência Brasil

São Paulo — A agência de viagens 123 Milhas distribuiu indevidamente R$ 45 milhões para a família Madureira, controladora da empresa, devido a um erro de contabilidade que ocorreu até 2023, segundo os administradores judiciais que estiveram à frente do processo de recuperação judicial da empresa até essa terça-feira (24/9).

O valor foi registrado de forma incorreta nas despesas de marketing da 123 Milhas e da Art Viagens, empresa do mesmo grupo, o que gerou lucros indevidos, de acordo com a análise obtida pelo portal UOL da consultoria KPMG e do escritório Juliana Morais Sociedade de Advogados.

O documento, enviado ao Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG), não especifica até que mês o procedimento incorreto foi adotado, mas os administradores pediram que os sócios sejam intimados a prestar esclarecimentos sobre o destino dos R$ 45 milhões.

A análise sugere que o valor deve ser devolvido ao caixa da empresa, que enfrenta uma recuperação judicial desde agosto de 2023, com uma dívida de R$ 2,5 bilhões e prejuízo de R$ 31 milhões apenas no primeiro semestre de 2024.

O Metrópoles procurou a 123 Milhas, que informou que “como principais executivos do grupo, os sócios eram remunerados por meio do pagamento de dividendos compatíveis com empresas de mercado do mesmo porte”.

A empresa inda ressaltou que “todos os dividendos pagos aos sócios em 2023 referem-se à reserva de lucros acumulada de exercícios anteriores e foram pagos antes do anúncio da suspensão do produto Promo”.

“Como executivos, os sócios teriam ainda o direito a receber salário ou pró-labore, independentemente da geração ou não de lucros, mas não o fizeram. Fica, assim, afastada qualquer hipótese de má-fé neste sentido”, adicionam.

“É importante ressaltar ainda que os relatórios da constatação prévia, apresentados pela consultoria KPMG e pelo escritório Juliana Morais Sociedade de Advogados confirmaram a regularidade do pedido de recuperação judicial e atestam não ter havido fraudes ou crimes por parte das empresas do Grupo 123milhas”, indica a nota.

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