Reitor classifica “punhetaço” de alunos de medicina como “execrável”
Universidade Santo Amaro já expulsou seis alunos que teriam participado de masturbação coletiva, chamada de “punhetaço”, no interior de SP
atualizado
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São Paulo – A reitoria da Universidade Santo Amaro (Unisa) classificou como “atos execráveis” as simulações de masturbação coletiva, apelidada de “punhetaço”, feitas por alunos do seu curso de medicina durante uma partida de vôlei feminino em um torneio universitário em São Carlos, no interior de São Paulo.
O episódio ocorreu entre os dias 28 de abril e 1º de maio deste ano, mas os vídeos viralizaram só no último fim de semana e provocaram revolta nas redes sociais.
Como antecipou o Metrópoles nesta segunda-feira (18/9), a direção da Unisa decidiu expulsar seis alunos que já foram identificados nas imagens. Os nomes deles não foram divulgados.
Em sua primeira manifestação desde que o caso ganhou o noticiário, o reitor Eloi Francisco Rosa afirmou que só tomou conhecimento das “gravíssimas ocorrências envolvendo alunos do seu curso de medicina” na manhã desta segunda.
Em nota, ele afirma que “alguns alunos, todos do sexo masculino, executaram atos execráveis, ao se exporem seminus e simularem atos de cunho sexual, durante competição esportiva envolvendo estudantes de medicina da Unisa e de outra universidade, realizada na cidade de São Carlos”.
“Assim que tomou conhecimento de tais fatos, mesmo tendo esses ocorrido fora de dependências da Unisa e sem responsabilidade da mesma sobre tais competições, a instituição aplicou sua sanção mais severa prevista em regimento, ainda nesta mesma segunda-feira (18/9), com a expulsão dos alunos identificados até o momento”, afirma a Unisa.
Ainda de acordo com a nota, “a Unisa repudia veementemente esse tipo de comportamento, completamente antagônico à sua história e aos seus valores” e “já levou o caso às autoridades públicas, contribuindo prontamente com as demais investigações e providências cabíveis”.
Investigação
Nesta segunda-feira, a Polícia Civil instaurou inquérito para identificar os estudantes envolvidos no ato obsceno, crime com pena prevista de três meses a um ano de prisão
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a Unisa e a Secretaria Municipal de Esportes de São Carlos, cidade onde ocorreu o evento, serão chamadas a prestar esclarecimentos sobre o “punhetaço” promovido pelos alunos de medicina.
A investigação preliminar mostra que os estudantes do time de futsal masculino da universidade invadiram a quadra e passaram a desfilar nus logo após o time para o qual torciam vencer uma partida de vôlei feminino contra outra instituição.
“Nos vídeos que circulam na internet, é possível ver o grupo mostrar as genitálias e, na sequência, fazer atos obscenos voltados para a quadra”, diz a SSP, em nota.
Assista:
Ato obsceno
O artigo 233 do Código Penal proíbe praticar “ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público”. A pena prevista é de até um ano de reclusão ou multa.
Alunos da Universidade Santo Amaro ouvidos pelo Metrópoles afirmam que a prática é considerada “normal” em eventos universitários de Medicina.
“Tava todo mundo zoando. Não tem nada a ver com bater punheta. A ideia era mostrar o pau para a torcida rival, isso é normal em jogos de Medicina. Jogo de Medicina é como se fosse um outro universo. A gente sabe separar as coisas. Ninguém vai sair fazendo isso por aí”, afirma um aluno que pediu para não ser identificado.
Durante o Intermed, realizado entre 7 e 10 de setembro, em Bauru, estudantes da Unisa deram uma espécie de “volta olímpica” com as calças arriadas e pênis de fora. As imagens também viralizaram durante o fim de semana e, segundo os alunos, seria uma tradição na abertura dos jogos.