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Reforma no governo Lula deve provocar “oposição light” do PT a Tarcísio

Reforma ministerial do governo Lula pode auxiliar Tarcísio a ampliar apoio em votações na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp)

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Fotografia colorida de Lula e Tarcísio conversando no Palácio do Planalto, em Brasília - Metrópoles
1 de 1 Fotografia colorida de Lula e Tarcísio conversando no Palácio do Planalto, em Brasília - Metrópoles - Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação

São Paulo – A reforma ministerial articulada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para atrair o PP e o Republicanos à base de apoio ao governo já produz efeito sobre a atuação dos petistas como oposição ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo.

Embora tanto Tarcísio quanto os comandos do PP e do Republicanos, que devem ter dois deputados anunciados em breve como ministros, afirmem que os cargos não representam adesão à base de Lula, a reforma vai trazer um alinhamento dos dois partidos nas votações de interesse do governo no Congresso.

Em São Paulo, esse movimento deve provocar uma reciprocidade do PT em algumas votações na Assembleia Legislativa (Alesp), onde Tarcísio encontra dificuldade para formar uma base de apoio sólida — a bancada formada pela federação entre PT e PCdoB é a segunda maior da Casa, com 19 deputados.

Disputa pelo TCE e “oposição light”

Um exemplo desse alinhamento já ocorre nos bastidores da Alesp para a escolha da próxima vaga do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP), que será aberta em setembro, com a aposentadoria do conselheiro Edgard Camargo Rodrigues. Cabe à Assembleia indicar o nome para o órgão, responsável por fiscalizar as contas do governo estadual e das prefeituras paulistas.

O candidato favorito é o deputado federal Marco Bertaiolli (PSD-SP), indicado pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, em acordo com o secretário de Governo, Gilberto Kassab (PSD). Na última semana, o próprio governador Tarcísio de Freitas passou a pedir votos a Bertaiolli para lideranças da Alesp.

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A bancada petista preferia indicar um deputado da própria Alesp, mas tem recebido orientações do governo Lula para apoiar Bertaiolli, já que o PSD tem três ministros no governo federal: Alexandre Silveira (Minas e Energia), André de Paula (Pesca) e Carlos Fávaro (Agricultura).

Além disso, com quadros do Republicanos e do PP integrando o primeiro escalão do governo Lula, os deputados petistas foram orientados a evitar desgastes “desnecessários” com o governo Tarcísio. E a dança das cadeiras no governo Lula praticamente selou o apoio do PT ao nome de Bertaiolli para o TCE.

O PT não deve abrir mão de se opor a algumas pautas de interesse do Palácio dos Bandeirantes que são caras ao partido, como a privatização da Sabesp, mas a tendência é que a sigla faça uma “oposição light” ao ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), esperando uma reciprocidade do Republicanos e do PP no Congresso.

Maior atuação do Centrão

Nas últimas semanas, Tarcísio precisou ceder aos apelos do “Centrão paulista” e liberar a indicação de cargos no segundo e terceiro escalão do governo estadual para partidos como União Brasil e MDB, duas siglas que também têm ministérios no governo federal.

Na quinta-feira (17/8), o secretário da Casa Civil de Tarcísio, Arthur Lima, filiou-se ao PP, partido apontado como integrante do Centrão em Brasília e que deve ter um ministro no governo Lula em breve. O evento contou com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), que defendeu o “presidencialismo de coalizão”.

Embora não tenha citado o governo Tarcísio diretamente, Lira disse que é necessário tratar “com naturalidade” a entrada de um partido de oposição ao governo para garantir o andamento de pautas importantes.

Tarcísio conseguiu aprovar as pautas de seu interesse no primeiro semestre, mas o verdadeiro teste ocorrerá com o envio da reforma administrativa, da privatização da Sabesp e da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para remanejar recursos da Educação para a Saúde a partir deste mês.

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