Reconhecimento facial de estádio levou à prisão de torcedor do Flamengo
Sistema de reconhecimento facial do Allianz Parque, em SP, ajudou polícia a identificar suspeito preso nesta terça-feira no Rio de Janeiro
atualizado
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São Paulo – A delegada Ivalda Aleixo, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse nesta terça-feira (24/7) que o flamenguista preso pela morte da torcedora do Palmeiras Gabriela Anelli Marchiano foi identificado a partir do reconhecimento facial do Allianz Parque. Jonathan Messias Santos da Silva, de 33 anos, foi preso no Rio de Janeiro nesta manhã e deve ser trazido para São Paulo à tarde.
“Ele foi identificado por reconhecimento facial do estádio. Fomos atrás das imagens originais dos torcedores, conseguimos também as imagens do Allianz Parque. Tudo isso para individualizar a conduta daqueles torcedores”, disse Ivalda Aleixo.
“Ele é a única pessoa que joga garrafa naquele momento. Ele está muito bem identificado”, completou a delegada.
Jonathan é investigado por homicídio doloso. Ele é professor, tem 33 anos, é casado, tem um filho e integra uma torcida organizada flamenguista de pequeno porte.
O delegado Antonio Carlos Desgualdo afirmou que a polícia descobriu que foi ele quem atirou a garrafa que atingiu Gabriela a partir de uma sincronização entre as imagens feitas por torcedores. Segundo ele, o som do estilhaço indica o momento em que ela foi ferida.
“Com base nessa sincronização de imagens e som, pudemos excluir outras possibilidades”, afirmou Desgualdo.
“Foi um trabalho de campo. Nós fizemos até uma reconstituição virtual dos fatos com as imagens que nós tínhamos”, completou Ivalda.
Segundo a delegada, após a briga, que ocorreu por volta das 18h, o suspeito saiu dos arredores para o estádio para trocar de roupa e voltou no horário da partida. Jonathan deve ser ouvido ainda hoje.]
Suspeito solto
Logo após a briga no dia 8, a Polícia Militar prendeu Leonardo Felipe Xavier Santiago, de 26 anos. O delegado Cesar Saad, que até então era responsável pelo caso, afirmou que ele teria confessado que jogou a garrafa que atingiu Gabriela. Em depoimento, no entanto, Leonardo disse apenas que jogou pedras de gelo.
O suspeito foi solto no último dia 12, após pedido do Ministério Público de São Paulo. O promotor Rogério Zagallo afirmou que imagens feitas por torcedores mostram que, na verdade, foi o homem de barba e camiseta cinza o responsável por atirar a garrafa que atingiu a palmeirense.
Zagallo disse que o delegado Saad falou “inverdade” e tipificou uma falácia. O promotor pediu que o caso fosse transferido para o DHPP, o que foi acatado pela Justiça.
Corte na jugular
Gabriela Anelli Marchiano, de 23 anos, morreu na manhã do último dia 10 em decorrência de um ferimento na jugular. O laudo da perícia indica que ela foi atingida por um estilhaço de uma garrafa de vidro que se chocou contra o tapume que separava torcedores de Flamengo e Palmeiras.
A investigação da Polícia Civil aponta que ela estava envolvida na briga de torcida. A jovem,integrante da Mancha Verde, e um grupo de torcedores do Palmeiras teriam entrado no espaço designado à torcida do Flamengo momentos antes de as garrafas serem arremessadas, dos dois lados.
O corpo de Gabriela foi enterrado no Memorial Parque Paulista, em Embu das Artes, Grande São Paulo. O velório contou com a participação de torcidas organizadas do Palmeiras, que cantaram hinos e prestaram homenagens à torcedora.