Receitas caem quase 4% em SP e governo Tarcísio acende sinal de alerta
Governo Tarcísio sofre com queda expressiva na arrecadação no início do mandato, especialmento do ICMS, principal fonte de receita estadual
atualizado
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São Paulo — A arrecadação do governo paulista com impostos levou um tombo no mês de março e fechou o primeiro trimestre com uma queda de 3,8% em comparação com o mesmo período de 2022. O desempenho acendeu o sinal de alerta na gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O desempenho negativo da receita tributária foi puxado pelo ICMS, o imposto sobre mercadorias e serviços, que despencou 19,4% no mês passado, em relação a março de 2022, e 12,4% na comparação entre os primeiros trimestres de cada ano.
O resultado do ICMS frustou o aumento de 25,3% que o governo de São Paulo teve com o IPVA, o imposto sobre veículos, que sofreu um reajuste médio de 10,7% entre 2022 e este ano. O ICMS, contudo, é a principal fonte de receita do estado — corresponde a quase 70% da arrecadação geral.
Na prática, deixaram de entrar nos cofres do estado R$ 2,5 bilhões neste primeiro trimestre do governo Tarcísio, em comparação com o mesmo período no último ano da gestão do ex-governador Rodrigo Garcia (PSDB).
O valor corresponde a mais que o dobro do que o governo paulista terá de desembolsar para concluir as obras do Trecho Norte do Rodoanel, depois da concessão feita por Tarcísio no mês passado.
Em seu relatório sobre a receita tributária, a Secretaria Estadual da Fazenda aponta que “o conjunto de indicadores da arrecadação de março reflete um desempenho geral negativo, tanto em relação aos índices de curto prazo quanto aos indicadores de tendência”.
A pasta ressalta que ao mesmo tempo em que “há uma perspectiva mais favorável para a produção e novas contratações, com uma melhora da tendência dos negócios nos próximos seis meses”, uma pesquisa feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) indica que “os empresários ainda percebem dificuldades, enfrentando os problemas no escoamento dos estoques, fruto do nível baixo de atividade no momento”.