“Rápido e sem dor”: procurado por matar namorada rezou com vítima antes do crime
Lucas Bonfin enviou mensagens ao pai da namorada descrevendo detalhes do crime; acusado tem esquizofrenia e matou o próprio pai em 2016
atualizado
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São Paulo — O homem procurado por matar a namorada em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, disse ao pai da vítima que rezou junto com ela antes de matá-la. A confissão foi feita por conversas em um aplicativo de celular. Em outra mensagem (veja abaixo), ele afirmou que a namorada morreu “rápido e sem dor”. O material está sendo analisado pela Polícia Civil.
Aline Candalaft, de 31 anos, foi encontrada morta dentro de uma casa nesse domingo (20/8), segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP). Ela estava com um terço e dois bilhetes com versículos bíblicos nas mãos. O principal suspeito da morte é Lucas Bonfim Lhama, de 34 anos, namorado da vítima.
Segundo a polícia, o homem confessou o crime ao sogro, descrevendo detalhes do ataque por meio de mensagens pelo celular. “Ele contou ao pai da vítima que os dois rezaram juntos antes do crime”, disse a delegada Kelly Cristina Sacchetto, responsável pelo caso, ao Metrópoles.
De acordo com o depoimento, o pai de Aline tentava contato com a filha há alguns dias. Ele mandava mensagens para o casal, mas só Lucas respondia. O suspeito dizia que a mulher estava ocupada, “até que o pai começou a suspeitar que Lucas escondia algo, e o homem confessou o crime”, afirmou a delegada.
“Eu limpei o sangue no rosto dela. Está morta na cama desde sexta-feira. Ela está morta, infelizmente não é mentira. Ela morreu rápido e sem dor”, escreveu o acusado nas mensagens.
De acordo com a polícia, o pai não sabia onde Lucas morava e o próprio acusado deu a ele o endereço para que ele “checasse” que a filha tinha morrido. Com essa informação, o pai acionou a polícia, que foi até o local e encontrou Aline morta ao lado da faca usada no crime.
Lucas já havia sido preso pela morte do próprio pai, em 2016. Após três anos de detenção, ele foi liberado pela Justiça por conta do seu diagnóstico de esquizofrenia. A liberação condicional foi baseada na análise de uma junta médica, revelou a delegada Kelly Cristina.
Pichações
A casa onde Aline foi encontrada morta amanheceu com pichações, em protesto contra feminicídio e pedindo Justiça, no bairro Rudge Ramos. “Chega de feminicídio, justiça e paz”, dizem pichações.
Os familiares da vítima serão ouvidos nesta quarta-feira (23/8) na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de São Bernardo.
A reportagem não localizou a defesa do acusado. O espaço segue aberto para manifestações.