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Racha do PCC: guerra entre ex-aliados deixa rastro de sangue em SP

Ao menos 3 assassinatos de membros do PCC em SP estão na conta da guerra interna entre Marcola, líder máximo da facção, e três lideranças

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Hugo Barreto/Metrópoles
Marcola, homem branco, magro, de cabelos curtos e escuros, veste uniforme azul, usado na prisão; ele é escoltado por policiais de uniformes pretos e com rostos borrados; os policiais caminham ao lado de Marcola, e o grupo aparece próximo a um carro da polícia; Laudo
1 de 1 Marcola, homem branco, magro, de cabelos curtos e escuros, veste uniforme azul, usado na prisão; ele é escoltado por policiais de uniformes pretos e com rostos borrados; os policiais caminham ao lado de Marcola, e o grupo aparece próximo a um carro da polícia; Laudo - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

São Paulo — Escancarado há cerca de um mês, a partir de investigações do Ministério Público de São Paulo (MPSP), o racha histórico na cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) tem deixado rastro de sangue em cidades paulistas e preocupado as autoridades.

Ao menos três assassinatos de membros da facção estão na conta da guerra que opõe o líder máximo do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, a outros três líderes: Roberto Soriano, o Tiriça, Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka, e Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho. Todos estão presos na Penitenciária Federal de Brasília.

Duas execuções ocorreram na última terça-feira (12/3). Apontado pela polícia como “tesoureiro do PCC” na região de Atibaia, no interior de São Paulo, Luiz dos Santos Rocha, o “Luiz Conta Dinheiro”, foi fuzilado quando chegava de carro a casa, por volta das 17h, após ser beneficiado com uma saidinha temporária.

Câmeras de monitoramento registraram a execução (assista abaixo).

Fontes policiais afirmaram ao Metrópoles que Luiz já havia sido alvo de outra tentativa de homicídio, em janeiro deste ano, também quando estava em uma saída temporária do presídio. Ele foi ferido de raspão. O tesoureiro teria afirmado, após o atentado, que estava jurado de morte por ter “rachado” com membros da facção da capital paulista.

Na mesma terça-feira (12/3), horas mais tarde, Cristiano Lopes da Costa, o Meia Folha, foi morto a tiros em uma lanchonete no bairro Vicente de Carvalho, no Guarujá, litoral paulista. Ele era considerado um dos líderes do PCC na região e, segundo testemunhas, foi baleado por um pistoleiro que passou de moto pelo local atirando.

No ataque, o ex-vereador do Guarujá Geraldo Soares Galvão também acabou baleado. Ele recebeu socorro e passa bem. Segundo moradores, um “toque de recolher” foi imposto na região após a morte de Meia Folha. Comércios fecharam mais cedo e, em Santos, pelo menos dois ônibus foram incendiados, supostamente por causa da morte do criminoso.

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Familiar foge correndo após membro do PCC ser fuzilado em carro
Tesoureiro do PCC morreu antes de desembarcar de carro
Assassino desembarca empunhando fuzil
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Luiz dos Santos Rocha, de 54 anos, estava jurado de morte

Reprodução/Polícia Civil
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Reprodução/Câmera Monitoramento
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Familiar foge correndo após membro do PCC ser fuzilado em carro

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Tesoureiro do PCC morreu antes de desembarcar de carro

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Assassino desembarca empunhando fuzil

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Amigo de Marcola

A primeira morte ocorrida após o racha na cúpula do PCC a se tornar pública foi a do traficante Donizete Apolinário da Silva, de 55 anos, aliado de Marcola. Ele foi morto a tiros quando caminhava com a esposa, de 29, e com a enteada, de 10, em Mauá, na Grande São Paulo.

Donizete era integrante da chamada “Sintonia Final” – setor correspondente à cúpula da facção criminosa composta por sentenciados considerados fundadores da organização – e mantinha estrita lealdade ao chefão do PCC. Ele já havia sido denunciado pelo MPSP, em 2013, junto com Marcola e outros 174 integrantes da facção.

Racha no PCC

O principal motivo do racha histórico na cúpula do PCC seria um diálogo gravado entre Marcola e policiais penais federais, na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). Na ocasião, o líder máximo da facção chegou a afirmar que Roberto Soriano, o Tiriça, número dois na hierarquia da facção, era um “psicopata”.

A declaração foi usada por promotores durante o julgamento de Tiriça, que foi condenado a 31 anos e 6 meses de prisão, em 2023, por ser o mandante do assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo. A fala de Marcola teria sido interpretada por Tiriça como uma espécie de delação.

O então número 2 do PCC teria se unido a Vida Loka e Andinho, também presos em Brasília, para pedir, por meio do chamado “salve”, a morte e a expulsão de Marcola do PCC. Em fevereiro, contudo, a cúpula da facção emitiu comunicado que decretou a expulsão de Tiriça, Vida Loka e Andinho da organização criminosa, por “traição”.

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