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Racha no PCC: aliados de Marcola tomam “biqueiras” de dissidentes

Racha no PCC é marcado por disputa de poder entre Marcola e pelo menos outras cinco lideranças históricas da facção criminosa

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PFs Foto colorida de Marcola, líder do PCC -- Metrópoles
1 de 1 PFs Foto colorida de Marcola, líder do PCC -- Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

São Paulo – Em meio ao racha entre os chefões do Primeiro Comando da Capital (PCC), aliados de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, o líder máximo da facção, começaram a tomar as “biqueiras”, como são chamados os pontos de venda de drogas em São Paulo, que pertenciam aos dissidentes.

Familiares dos ex-líderes também já manifestam medo de perder seus bens adquiridos com os negócios e o dinheiro do PCC. A informação foi divulgada pelo colunista Josmar Jozino, do UOL, e confirmada pelo Metrópoles.

O racha é provocado por uma disputa de poder entre Marcola e antigos aliados que já fizeram parte da Sintonia Geral Final, a mais alta cúpula da facção criminosa, e agora acusam o líder máximo de ter atuado como delator.

Os dissidentes são Roberto Soriano, o Tiriça, Abel Pacheco de Andrade, o Abel Vida Loka, e Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho. Eles receberam apoio de pelo menos mais dois líderes históricos do PCC: Daniel Vinicius Canônico, o Cego, e Reinaldo Teixeira dos Santos, o Funchal.

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Ao menos 90 policiais foram mobilizados para a escolta do preso
Marcola estava em Porto Velho e foi transferido para a Papuda
Líderes históricos do PCC, Cego e Funchal também se voltaram contra Marcola
Roberto Soriano, o Tiriça, 02 do PCC
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Racha no PCC

Segundo a reportagem do UOL, a facção já cortou mesadas, ajudas de custo e deixou de pagar advogados para os ex-líderes. Investigações do Ministério Público de São Paulo (MPSP) apontam Marcola como o responsável direto pela Sintonia dos Gravatas, a célula responsável pela defesa jurídica dos integrantes.

O conflito deixa, ainda, um rastro de sangue em cidades paulistas. Nesta semana, o promotor Lincoln Gakiya, do MPSP, confirmou que parentes dos envolvidos no racha chegaram a pedir proteção policial – direito a que só podem ter acesso caso ajudem em algum investigação e entrem para o programa de proteção à testemunha.

A primeira morte a se tornar pública foi a do traficante Donizete Apolinário da Silva, de 55 anos, aliado de Marcola, que foi assassinado a tiros quando caminhava com a esposa, de 29, e com a enteada, de 10, em Mauá, na Grande São Paulo.

Na semana passada, Luiz dos Santos Rocha, o Luiz Conta Dinheiro, foi fuzilado quando chegava de carro em casa, em Atibaia, no interior. Apontado como “tesoureiro do PCC”, ele era beneficiado por uma saidinha temporária.

No mesmo dia, Cristiano Lopes da Costa, o Meia Folha, foi morto a tiros em uma lanchonete no bairro Vicente de Carvalho, no Guarujá, litoral paulista. Ele era considerado um dos líderes na região e, segundo testemunhas, foi baleado por um pistoleiro que passou de moto pelo local atirando.

Divisão na cúpula

O principal motivo do conflito, que já é considerado histórico, seria um diálogo gravado entre Marcola e policiais penais federais, na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). Na ocasião, o líder máximo do PCC afirma que Tiriça seria um “psicopata”.

A declaração foi usada por promotores durante o julgamento de Tiriça, que foi condenado a 31 anos e 6 meses de prisão, em 2023, por ser o mandante do assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo.

A fala de Marcola teria sido interpretada pelos antigos aliados como uma espécie de delação.

Tiriça, Vida Loka e Cego faziam parte da alta cúpula da facção desde 2002, quando Marcola escalou na hierarquia e assumiu o controle do grupo criminoso. Já Andinho e Funchal também são integrantes da facção há décadas e chegaram a assumir postos de liderança.

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