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Racha no PCC: polícia prevê guerra na Baixada após morte de Meia Folha

Meia Folha, apontado como um dos líderes da facção no Guarujá, foi baleado nesta terça; polícia vê relação entre morte e racha no PCC

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1 de 1 meia-folha-pcc - Foto: Reprodução

São Paulo – Autoridades da Polícia Civil da Baixada Santista acreditam que a morte de Cristiano Lopes da Costa, o Meia Folha, pode estar ligada ao racha na cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC).

O homem, apontado como um dos líderes do tráfico de drogas no Guarujá, foi baleado na noite dessa terça-feira (12/3) em uma lanchonete em Vicente de Carvalho. Testemunhas dizem que os disparos foram feitos por um homem que passou pelo local de moto.

Moradores da Baixada Santista relatam um suposto “toque de recolher” na região após a morte de Meia Folha. Segundo eles, comércios fecharam mais cedo e motoristas de aplicativo teriam sido orientados a parar de circular. Em Santos, pelo menos dois ônibus foram incendiados. O transporte público foi suspenso em diversos bairros.

Policiais ouvidos em reservado pelo Metrópoles especulam que a Baixada Santista pode se tornar palco de uma “guerra” nas próximas semanas.

 

A morte de Meia Folha é a segunda em menos de 20 dias atribuída ao racha na facção. No último dia 25, Donizete Apolinário da Silva foi executado a tiros em Mauá, na Grande São Paulo. O homem, de 55 anos, era apontado como aliado do líder supremo do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e integrante da chamada “Sintonia Final”, alta cúpula da facção.

O principal motivo para o racha na facção seria o vazamento de um diálogo entre Marcola com policiais penais federais, na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). Na ocasião, o líder do PCC afirmou que o número 2 na hierarquia da facção, Roberto Soriano, o Tiriça, era um “psicopata”.

A declaração foi usada por promotores durante o julgamento de Roberto Soriano. O criminoso, que cumpre pena atualmente na Penitenciária Federal de Brasília, junto a Marcola e outros líderes do PCC, foi condenado a 31 anos e 6 meses de prisão, em 2023, por ser o mandante do assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo.

“Meia Folha”

De acordo com a Polícia Civil de Santos, Cristiano Lopes da Costa, o Meia Folha, era ligado ao traficante André do Rap, foragido desde 2020, quando foi beneficiado por uma liminar do Supremo Tribunal Federal (STF).

O autor dos disparos que mataram Meia Folha ainda é desconhecido. De acordo com o relato de uma testemunha, o autor se aproximou da lanchonete em uma moto e, sem descer do veículo, deu vários tiros na direção de Meia Folha. Imagens e vídeos feitos por moradores logo após o crime mostram que havia várias pessoas no local.

“Ninguém sabe quem foi. Eu estava parado conversando com uns parceiros, chegou um cara de moto e deu uma ‘pá’ de tiro’”, diz o homem que estava próximo à lanchonete.

No ataque a tiros, o ex-vereador do Guarujá Geraldo Soares Galvão também acabou baleado. Ele foi socorrido e passa bem.

O ex-vereador Geraldo Soares Galvão, de 61, que estava na lanchonete no momento do crime, também foi baleado. Ele está internado na Unidade de Emergência no Hospital Guarujá. Galvão foi vereador na cidade pelo antigo DEM (atual União Brasil).

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