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Racha no PCC: mais 2 chefões estão contra Marcola, diz Lincoln Gakiya

PCC vive racha histórico após Marcola ser acusado de “delator” por outras lideranças da facção criminosa

atualizado

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Montagem com duas imagens. À esquerda, foto de Cego. À direita, foto de Funchal - Metrópoles
1 de 1 Montagem com duas imagens. À esquerda, foto de Cego. À direita, foto de Funchal - Metrópoles - Foto: Reprodução/MPSP

São Paulo – O promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), afirmou que mais dois chefões do Primeiro Comando da Capital (PCC) se voltaram contra Marco Herbas Willians Camacho, o Marcola, o líder máximo da facção. O grupo criminoso vive um racha interno que já deixa rastro de sangue em cidades paulistas.

Segundo Gakyia, os criminosos Daniel Vinicius Canônico, o Cego, e Reinaldo Teixeira dos Santos, o Funchal, integrantes históricos do PCC, tomaram o partido dos dissidentes e estão contra Marcola, que é acusado de “delator” por parte das lideranças da facção. Todos estão presos no sistema penitenciário federal, mas têm aliados nas ruas.

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Marcola, líder do PCC
Ao menos 90 policiais foram mobilizados para a escolta do preso
Equipes de policiais contaram com integrantes de diferentes corporações e grupamentos
Líderes históricos do PCC, Cego e Funchal também se voltaram contra Marcola
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O promotor Lincoln Gakiya, do Gaeco

Arquivo pessoal/Divulgação
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Marcola, líder do PCC

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Ao menos 90 policiais foram mobilizados para a escolta do preso

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Equipes de policiais contaram com integrantes de diferentes corporações e grupamentos

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Líderes históricos do PCC, Cego e Funchal também se voltaram contra Marcola

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“Realmente, nós detectamos que está ocorrendo esse racha interno na facção”, afirmou o promotor, considerado a principal referência no combate ao PCC, em entrevista à Band, nesta terça-feira (19/3). “De um lado temos o líder máximo e, do outro, integrantes tão importantes quanto Marcola”.

O racha no PCC acontece após o chefão-mor ter a liderança contestada por três antigos aliados: Roberto Soriano, o Tiriça, Abel Pacheco de Andrade, o Abel Vida Loka, e Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho.

Racha histórico

O principal motivo do conflito, que já é considerado histórico, seria um diálogo gravado entre Marcola e policiais penais federais, na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO). Na ocasião, o líder máximo do PCC afirma que Tiriça seria um “psicopata”.

A declaração foi usada por promotores durante o julgamento de Tiriça, que foi condenado a 31 anos e 6 meses de prisão, em 2023, por ser o mandante do assassinato da psicóloga Melissa de Almeida Araújo. A fala de Marcola teria sido interpretada pelos antigos aliados como uma espécie de delação.

Desde então, o conflito tem deixado rastro de sangue em cidades paulistas e preocupado as autoridades. Pelo menos três pessoas já foram mortas.

Quem são Cego e Funchal

Condenado a mais de 99 anos de prisão, Cego já fez parte da Sintonia Geral Final, a mais alta cúpula da facção criminosa, mas teria sido afastado do posto durante outra guerra interna travada pelo PCC em 2018.

Cego é um aliado de Tiriça. Na sua ficha criminal, constam passagens por homicídio, roubo, sequestro, cárcere privado, porte ilegal de armas, receptação, resistência, lesão corporal, falsa identidade, dano, motim e resgate de presos. Ele está no Presídio Federal de Porto Velho.

Já Funchal é condenado pelo assassinato do juiz Antônio José Machado Dias, em Presidente Prudente, no interior paulista, ocorrido em 2003. Ele tem pena superior a 66 anos de prisão.

Segundo Gakiya, o criminoso também faria parte da Sintonia Final Geral.

“Nenhuma ligação”

Em nota enviada ao Metrópoles, a defesa de Cego nega o racha com Marcola e afirma que ele não tem “hoje nenhuma ligação ao PCC nem mesmo a qualquer outra facção criminosa existente”.

“Hoje o reeducando está recolhido na Penitenciária Federal de Porto Velho/RO, com intuito apenas de cumprir sua pena, buscando sempre sua ressocialização, com excelente comportamento, realizando cursos, escrevendo livros e pleiteando, inclusive, a autorização para realização de curso superior”, diz o comunicado, assinado pelos advogados Magviniêr Silva, Daniel Pinheiro e Glauber Silva.

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