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Quintou? Vida pós-pandemia muda rotina do trânsito ao happy hour em SP

Quinta virou a nova sexta para parte dos paulistanos que conseguem fazer home office; lentidão no trânsito também mudou no pós-pandemia

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São Paulo — A flexibilização trazida pela possibilidade de home office para parte da população de São Paulo tirou carros das ruas e, no chamado pós-pandemia, antecipou até mesmo o tradicional “happy hour” das sextas-feiras. O “sextou” virou “quintou” na maior cidade do país.

Até mesmo quem vem de fora já percebeu essa mudança no estilo de vida do paulistano. A bancária Fabiola Sangali, 44 anos, mora em Porto Alegre (RS), mas está frequentemente em São Paulo e notou a transformação no pós-pandemia.

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A bancária Fabiola Sangalli (à esq.), 44 anos, ao lado dos amigos Carolina e Roberto
Pessoas conversando em bar no Itaim Bibi, na zona oeste de São Paulo
Pessoas conversando em bar no Itaim Bibi, na zona oeste de São Paulo
Veículos em meio ao trânsito em noite chuvosa de quinta-feira no Itaim Bibi, na zona oeste de São Paulo
Veículos em meio ao trânsito em noite chuvosa de quinta-feira no Itaim Bibi, na zona oeste de São Paulo
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“A quinta é a nova sexta por aqui. O pessoal já está na rua e emenda com happy hour. Amanhã é dia de home office”, disse na última quinta, em frente a uma pizzaria no Itaim Bibi, na zona oeste, ao lado dos amigos Carolina e Roberto.

Quem trabalha na noite paulistana também percebeu essa movimentação, principalmente em locais que reúnem executivos e público de renda mais elevada. “Depois do home office, o pessoal começou a fazer de quinta o dia mais movimentado”, afirma Bianca Caetani, hostess do restaurante Naga.

O manobrista Luiz Vieira da Silva, 37 anos, trabalha no ramo há 14 anos e notou a mudança nos últimos tempos. Ele diz que, além da quinta, a terça também tem chamado a atenção pelo aumento no número de clientes. “Antigamente, era mais na sexta-feira mesmo”.

O vai e vem dos carros chama a atenção. Nem mesmo a chuva impediu as pessoas de buscarem bares e restaurantes na última quinta. Em um bairro convidativo à vida noturna como o Itaim Bibi, o tráfego esteve carregado noite adentro, após o horário de pico.

Os números do trânsito paulistano mostram que, de fato, a quinta se tornou ao longo da pandemia o pior dia da semana para quem pretende se locomover, superando a sexta-feira, onde o motorista tradicionalmente sofria mais em meio aos congestionamentos.

Como comparação, a média de lentidão das quintas em 2023 é de 362 km, ante 350 km das sextas. Em 2019, ano anterior à pandemia, esses números eram de 497 km e 563 km, respectivamente. Os dados são da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). A diminuição nas quintas foi de 27,3%, ante 37,8% às sextas.

Para evitar grandes distorções na análise, foram desconsiderados feriados, emendas de feriados e dias em que, por algum motivo, a medição foi parcial e interferiu significativamente na média, no período entre janeiro e setembro. Assim, foram anotadas, em 2023, 33 quintas e igual número de sextas. Em 2019, 35 quintas e 34 sextas.

Contraponto

A mudança verificada no transporte individual não chegou com o mesmo impacto ao transporte coletivo.

Em 2019, ônibus municipais já apresentavam número similar de passageiros às quintas e sextas, com média de 8,7 milhões e 8,5 milhões de embarques, respectivamente. Isso permanece, sendo agora 6,5 milhões em ambos os dias — perderam 1 em cada 4 passageiros, de forma geral —, segundo os dados mais recentes disponibilizados pela SPTrans, no período entre janeiro e agosto.

Ou seja, os dados reforçam o fato de que o “sextou” virou “quintou” para muita gente, mas não para todos os paulistanos. Entre aqueles que dependem do transporte público, a distribuição permanece mais homogênea, assim como a queda de 24% no número de passageiros em ambos os dias.

É um indício de que a semana mais curta em relação aos deslocamentos é, de alguma maneira, privilégio da parcela da sociedade que usa mais o transporte individual, consequência também do tipo de trabalho e da maior renda.

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