Quem é Ricardo Teixeira, o novo presidente da Câmara de SP
Ricardo Teixeira já atuou como secretário nas gestões Ricardo Nunes e Fernando Haddad. Carreira é marcada por foco na área da mobilidade
atualizado
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São Paulo — Eleito nesta quarta-feira (1º/1) com 49 votos entre 55 vereadores, o novo presidente da Câmara Municipal de São Paulo, Ricardo Teixeira (União), tem experiência como secretário municipal nos governos de Fernando Haddad (PT) e Ricardo Nunes (MDB).
Ele foi escolhido para o cargo com apoio de Nunes após um acordo entre o prefeito e o ex-presidente da Câmara, Milton Leite, que preferia seu afilhado político Silvão Leite (União) no comando da Casa.
O político já é vereador há mais de duas décadas e foi reeleito no ano passado com a bandeira da implantação da Faixa Azul para motos, programa que implantou como secretário de Mobilidade e Trânsito da gestão Nunes.
Antes, Teixeira (foto em destaque) já tinha sido secretário de Verde e Meio Ambiente e também de Subprefeituras, entre 2013 e 2015, durante a gestão do ex-prefeito e atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).
Teixeira é engenheiro formado na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e o assunto da mobilidade marcou boa parte da carreira de Teixeira, que teve passagem em cargos pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Dersa, Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU).
Assim como Milton Leite, seu antecessor, Teixeira tem facilidade para dialogar com diversos polos políticos dentro da Câmara, incluindo o PT. A vitória dele foi decorrente de um amplo acordo partidário que uniu até petistas e bolsonaristas e envolveu os demais cargos da Mesa Diretora da Câmara.
Antes da votação que sacramentou sua vitória, Teixeira agradeceu o apoio de Milton Leite, chamado por ele de “amigo” e “professor”.
Queda de braço
Teixeira foi eleito após uma queda de braço entre Nunes, que encampou seu nome, e Milton Leite, seu antecessor da presidência da Câmara.
Teixeira disputava a indicação dentro do União Brasil com nomes como o recém-eleito Silvão Leite e o bolsonarista Rubinho Nunes. Os outros candidatos, no entanto, encontraram resistência de parte dos políticos dentro e fora do partido.
No caso de Silvão, a inexperiência na Câmara era vista como um entrave, apesar do empenho do então presidente da Casa, Milton Leite, em defender o aliado e tentar emplacá-lo como seu herdeiro na cadeira.
Rubinho, por outro lado, viu a candidatura prejudicada após ter declarado apoio a Pablo Marçal (PRTB) no meio da eleição para a Prefeitura de São Paulo.
O nome de Teixeira foi definido em uma reunião entre Leite e Nunes. No acordo, o prefeito cedeu a Leite o controle sobre a Secretaria de Habitação e sobre a Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab), além de manter a Secretaria de Transportes sob o domínio do vereador.
Nunes também argumentou a Leite que ambos corriam o risco de derrotas que poderiam enfraquecê-los politicamente. A montagem da chapa pela reeleição do prefeito previa que o União, comandado por Leite na capital paulista, manteria o comando da Câmara. No entanto, não havia um consenso a respeito do nome, o que poderia levar a uma surpresa no dia da eleição desta quarta.
Milton Leite negou a negociação de cargos. “Não houve nenhuma negociação de cargos relacionada à definição do nome de Ricardo Teixeira para a disputa da presidência da Câmara. O acordo eleitoral é que a presidência ficaria com o União Brasil e isso está sendo cumprido. Toda definição de nomes de secretários e dirigentes, no Executivo, cabe ao prefeito.”