Quem é Pablo Marçal, candidato à Prefeitura de SP pelo PRTB
Influenciador e empresário, Pablo Marçal se filiou ao PRTB na última hora para disputar a eleição à Prefeitura de São Paulo
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo — Candidato à Prefeitura da capital pelo PRTB, o influenciador e empresário Pablo Marçal, 37 anos, decidiu disputar a eleição na maior cidade do país de última hora, com o argumento de que não havia nenhuma candidatura de direita com chance de vitória nas urnas.
Conhecido nas redes sociais por meio de suas palestras motivacionais e cursos sobre como ganhar dinheiro, Marçal tem explorado a imagem de empresário bem-sucedido e político conservador com uma campanha intensa e agressiva contra os adversários nas redes sociais, onde acumulava mais de 12 milhões de seguidores apenas no Instagram.
Mais rico entre os postulantes à Prefeitura paulistana, o candidato declarou um patrimônio de R$ 169,5 milhões divididos em aplicações bancárias, empresas e um terreno no condomínio Tamboré, na Grande São Paulo. Para poder disputar a eleição na capital, ele se mudou para uma casa nos Jardins, bairro nobre da cidade.
O foco do influencer tem sido atrair os eleitores bolsonaristas, mesmo com o apoio oficial dado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), a quem Marçal se refere como “candidato de esquerda”.
Nascido em 18 de abril de 1987 em Goiânia (GO), Pablo Henrique Costa Marçal é filho de uma empregada doméstica e de um funcionário público. Antes de virar empresário e fazer sucesso na internet, ele trabalhou como atendente de telemarketing e, em 2010, concluiu sua faculdade de Direito.
Esta é a segunda vez que Marçal busca um cargo no Executivo. Nas eleições de 2022, ele tentou disputar a Presidência da República pelo Pros, mas o partido acabou desistindo da candidatura para apoiar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A decisão fez com que Marçal se lançasse na disputa por uma vaga de deputado federal, apoiando Jair Bolsonaro para o Planalto. Antes da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já havia considerado irregular a decisão do Pros de registrar Marçal como candidato. O influenciador foi eleito e, logo após a divulgação do resultado, o então ministro Ricardo Lewandowski indeferiu a candidatura, impedindo ele de assumir.
Apesar do revés, ele seguiu com uma atuação política na redes, sempre alinhada à direita. Pelo menos desde 2022, Marçal oferecia a seus seguidores pagamentos pela replicação de vídeos editados nas redes sociais, o que, agora, provocou questionamentos na Justiça Eleitoral por suposto financiamento de postagens com recursos não contabilizados.
No último dia 24 de agosto, a Justiça Eleitoral determinou a suspensão das redes sociais “monetizadas” do candidato, afirmando que ele incorreu em abuso de poder econômico, usando essa estratégia inclusive durante a campanha eleitoral.
O influenciador nega qualquer irregularidades e diz ser vítima de “censura” porque tem crescido nas pesquisas de intenção de voto. “A piada virou pesadelo”, disse ele em uma entrevista recente.
A disputa pelo eleitorado de direita acabou criando atritos com políticos bolsonaristas, que passaram a ver Marçal como uma ameaça dentro do campo ideológico do bolsonarismo. No dia 23 de agosto, o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a dizer que o influenciador não tinha caráter, mas os dois lados acabaram selando as pazes nesta semana dizendo que é preciso se unir para derrotar a esquerda, representada por Guilherme Boulos (PSol), no segundo turno.
Durante a campanha, Marçal também tem sido alvo dos adversários por causa de supostas ligações entre integrantes do PRTB e a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), além de uma condenação do influenciador por participar de uma quadrilha de golpes bancários em 2005.