Quem é o tesoureiro do PCC que acompanhou ação policial até ser preso
Acusado de ser tesoureiro do PCC, Gordinho da Unidos cuidava das finanças de escola de samba de Santos e não tinha antecedentes criminais
atualizado
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São Paulo – Acusado de atuar como tesoureiro do Primeiro Comando da Capital (PCC), Renato da Costa Menezes, de 47 anos, o Gordinho da Unidos, foi preso na própria casa, em Santos, no litoral paulista, na quarta-feira (27/12).
Na ocasião, a Polícia Civil foi cumprir um mandado de busca e apreensão no endereço do suposto tesoureiro do PCC. Gordinho da Unidos acompanhou toda a movimentação policial, por meio de câmeras de segurança do imóvel, até o momento em que foi preso. Para detê-lo, os agentes tiveram que pular o muro.
Segundo a investigação, o suspeito teria assumido a responsabilidade de recolher o dinheiro movimentado nas biqueiras, como são chamados os pontos de venda de drogas dos morros de Santos.
Os policiais dizem, ainda, que Gordinho da Unidos era “comumente visto ostentando arma de fogo com carregador prolongado, além armas longas”. Na casa dele, a polícia encontrou diversos armamentos e munições.
Gordinho da Unidos
O suspeito tem essa alcunha porque cuidava das finanças da escola de samba Unidos dos Morros, fundada em 1978 e atual campeã do grupo especial de Santos.
O Metrópoles procurou a agremiação e não obteve resposta até a publicação da reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.
Até ser detido em flagrante por suspeita de integrar organização criminosa e porte ilegal de arma de fogo, Gordinho da Unidos não tinha antecedentes criminais.
Em 2017, ele chegou a mover uma ação no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) pedindo isenção de tarifa de luz. No processo, alegou trabalhar como “vistoriador de navio”.
Segundo investigadores, o tráfico na cidade é dominado pelo PCC, organização criminosa brasileira que também monopoliza o envio bilionário de cocaína para a Europa, por via marítima, pelo porto de Santos.
Prisão
A investigação que levou à prisão do suposto tesoureiro do PCC foi feita pela 2ª Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes, da Delegacia Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Santos.
Na área onde Gordinho da Unidos mora foram apreendidas uma escopeta calibre 12, uma pistola semiautomática calibre 9 milímetros, com carregadores prolongados, e 54 munições diversas.
Havia, ainda, um cartucho deflagrado de metralhadora ponto 50, o mesmo modelo furtado de um paiol do Exército. Esse tipo de munição é capaz de derrubar aeronaves.
Além das armas, a polícia encontrou radiocomunicadores, balanças de precisão, documentos, anotações sobre o fluxo de vendas de droga na região, inclusive o sistema de vigilância da casa.
Vigilância
Antes de os policiais chegarem até a casa do tesoureiro, ele já havia percebido a movimentação dos agentes, devido ao sistema de monitoramento com câmeras que mantinha em sua residência. Ele foi avistado em uma janela acompanhando a chegada dos policiais.
Sabendo sobre o aparato de vigilância, a Polícia Civil montou um cerco no entorno da casa, para evitar qualquer eventual tentativa de fuga do suspeito.
Durante o cumprimento do mandado, policiais ouviram as conversas de membros do PCC, transmitidas em um radiocomunicador ligado na resistência da casa do tesoureiro. Os criminosos falavam justamente sobre a movimentação da polícia no morro naquele momento.
À polícia Gordinho da Unidos alegou, acompanhado de seu advogado, que havia encontrado os itens “enterrados” em um terreno onde ele “está construindo uma casa” em Itanhaém, também no litoral.