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Quem é o secretário indicado por Nunes para vaga de R$ 35 mil no TCM

Ricardo Torres é secretário da Fazenda de Ricardo Nunes em SP e assumirá cargo vitalício no TCM após aprovação da Câmara Municipal

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Prefeitura de São Paulo/Divulgação
Ricardo Torres
1 de 1 Ricardo Torres - Foto: Prefeitura de São Paulo/Divulgação

São Paulo — Embora seja apresentado como um nome de perfil “técnico”, o novo indicado do prefeito Ricardo Nunes (MDB) para o Tribunal de Contas do Município (TCM) tem histórico de trabalho político de bastidor para tucanos e esteve ligado a um episódio de apreensão de dinheiro até hoje não esclarecida envolvendo o ex-prefeito e amigo Bruno Covas (PSDB), morto em 2021.

Professor universitário e advogado, o secretário da Fazenda, Ricardo Torres, foi indicado ao TCM na semana passada e deve assumir o posto de conselheiro nesta semana, após passar por sabatina e votação na Câmara Municipal. Seu salário será o teto do funcionalismo público: R$ 35 mil.

Ricardo Torres (ao centro na foto) tem 39 anos de idade, o que significa que ele pode ocupar o cargo pelos próximos 36 anos — os conselheiros têm mandato vitalício, com aposentadoria compulsória aos 75 anos.

O novo conselheiro tem um extenso currículo acadêmico. Além do mestrado e do doutorado pela Universidade de São Paulo (USP), ele possui títulos de cursos ligados ao Direito do Insper e da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Por isso, Torres vem sendo classificado como dono de um “perfil técnico” por aliados do prefeito, que o chama de Ricardinho.

Quem defende esse entendimento afirma que Nunes, ao escolher um “técnico”, tenta “despolitizar” o TCM, órgão sobre o qual vem fazendo uma série de queixas por causa da paralisação de licitações de seu governo.

Dos atuais cinco conselheiros do TCM, incluindo Torres, três foram vereadores da cidade — Eduardo Tuma, que era do PSDB, João Antônio, que foi do PT e Domingos Dissei, que exerceu seu mandato pelo PSD de Gilberto Kassab.

Torres, porém, tem um longo histórico político, com atuação nos bastidores do Legislativo e do Executivo.

De assessor parlamentar a candidato

O advogado era amigo de Bruno Covas (PSDB), morto em 2021, e foi seu auxiliar desde 2007, trabalhando como assessor parlamentar. Além do gabinete de Covas na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), ele também trabalhou no gabinete da liderança do PSDB na Casa, onde ficou até 2011.

O trabalho político foi intercalado com a vida acadêmica e Torres deu aulas, também, na Fundação Santo André, universidade ligada à prefeitura da cidade do ABC Paulista. Em 2012, fora da Alesp, ele disputou, pelo PSDB, a vaga da vice-prefeito da cidade, na chama encabeçada pelo apresentador de TV Raimundo Salles – que terminou derrotada.

Em 2014, Torres trabalhou novamente na campanha de deputado de Bruno Covas. Em 3 de outubro daquele ano, policiais federais detiveram um radialista no aeroporto de Congonhas com R$ 102 mil em dinheiro e cheques da campanha de Covas e abriram um inquérito para apurar os fatos.

O radialista afirmou que o dinheiro era particular, mas que os cheques haviam sido dados a eles por Ricardo Torres. Segundo o depoimento do radialista dado à Justiça, Torres havia pedido para que o radialista distribuísse cheques a colaboradores do interior do Estado.

Em 2018, o processo foi arquivado por falta de provas – na decisão, o juiz do caso escreveu que havia uma série de perguntas sem respostas.

Com a vitória de Covas na chapa de João Doria para a Prefeitura de São Paulo, o advogado voltou a orbitar o gabinete do amigo. Em 2021, já no governo Nunes, Torres foi chamado para dirigir a SP Regula, agência municipal encarregada de fiscalizar as empresas que mantêm concessões ou parcerias com a Prefeitura.

Em dezembro do ano passado, dentro de uma minirreforma do secretariado de Nunes, ele foi indicado para chefiar a Secretaria da Fazenda.

Escolha em meio a embates

Torres não era o primeiro nome pensado pelo prefeito para o cargo. Nunes preferia a secretária de Gestão, Marcella Arruda.

Entretanto, a decisão do prefeito teve de ser negociada com o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União), que queria indicar outro nome: seu filho, o deputado estadual Milton Leite Filho (União).

Segundo aliados de Leite, o presidente da Câmara era contrário a Marcella por entender que ela não fazia parte do grupo político que venceu as últimas eleições municipais, uma aliança entre PSDB, MDB e União Brasil.

Já Torres, por sua vez, tem a confiança de Nunes e conta também com o aval de Milton Leite, que o considera um de seus aliados.

A ida de Torres para o TCM ainda depende da aprovação de seu nome pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e pelo plenário da Câmara Municipal.

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