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Quem é o mafioso chinês preso por extorquir e matar lojistas em SP

Liu Bitong é apontado como líder de uma máfia chinesa que pratica extorsão e execuções de lojistas na região central de São Paulo

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1 de 1 Foto colorida do chinês Liu Bitong - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo — Identificado como Liu Bitong pela Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania de Roraima (Sejuc), o mafioso chinês que extorquia e matava lojistas da 25 de Março foi preso pela Polícia Federal (PF) nessa segunda-feira (16/12) em Pacaraima, na fronteira com a Venezuela.

Ele é apontado pela PF como o líder de grupo criminoso que estava foragido e tinha três mandados de prisão em aberto expedidos pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP). Liu era procurado pelos crimes de homicídio, roubo qualificado, extorsão, extorsão mediante sequestro e organização criminosa. Informações indicavam que o homem estaria escondido na Venezuela há pelo menos três anos.

“Preso mostrava-se abalado pela prisão, tornando imprevisível qualquer possibilidade de reação no trajeto até à unidade de destino, de forma que o uso das algemas também se impôs como medida necessária para prevenir, coibir e desestimular qualquer reação por parte do preso contra a equipe de policiais, o patrimônio público ou sua própria integridade física”, diz documento da PF.

Nos autos aos quais o Metrópoles teve acesso, o mafioso é acusado de matar o conterrâneo Zhenhui Lin na madrugada de 30 de janeiro de 2015 na Sé, no centro de São Paulo. A motivação para o crime seriam desavenças relacionadas à exigência de altas quantias em dinheiro como condição para a liberação do comércio de produtos na região central da cidade.

Lin determinou a morte de Zhenhui e mandou outros cinco criminosos cometerem o crime. Um dos homens, identificado como Yugan Zhang, era o responsável por auxiliar o grupo, passando informações sobre a vítima.

A vítima e todos os acusados são naturais da Província de Fujian, na China, mas residiam na região central de São Paulo na época dos fatos. Ainda segundo os autos, Yugan foi até a casa do desafeto enquanto os comparsas, incluindo Lin, ficaram dentro de um carro preto próximo à saída do prédio, aguardando um aviso do mafioso.

Quando foram avisados, os criminosos surpreenderam Zhenhui na via pública, por volta das 0h50, e efetuaram diversos disparos de arma de fogo. Ele foi atingido com oito tiros e chegou a ser socorrido, mas não resistiu.

O desafeto do grupo criminoso tentou, inclusive, se esconder atrás de Yugan, que foi atingido no braço por um disparo. Ele foi socorrido no Hospital Bandeirantes, no bairro da Liberdade, também na região central de São Paulo.

Após a denúncia do MP, a Justiça decretou a prisão preventiva dos acusados. Um deles chegou a ser preso preventivamente, mas teve a liberdade provisória concedida posteriormente. Outros dois foram presos no exterior e extraditados.

Duas testemunhas protegidas foram ouvidas durante as investigações. Uma delas, identificada como “Beta”, disse que conhece todos os envolvidos, já que ele também é de Fujian.

“Beta” disse à polícia que, na noite do crime, abriu a janela e viu o corpo de Zhenhui no chão. Segundo a testemunha, os réus fazem parte de uma máfia que estaria extorquindo a vítima para que ela pudesse vender capas para celulares. A testemunha também disse que recebeu ameaças por telefone para não falar mais nada sobre o caso.

Outra testemunha protegida, identificada como “Charlie”, disse que quase toda a comunidade chinesa sabe que um dos criminosos faz parte de uma quadrilha que pratica extorsão contra comerciantes. Após a repercussão do crime, pessoas da comunidade chinesa identificaram os executores e os mandantes do assassinato, conforme disse “Charlie” à Justiça, mostrando que os mafiosos e seus atos eram conhecidos no meio.

Líder de máfia que pratica extorsão

As investigações apontam que o grupo criminoso extorquia dinheiro de comerciantes chineses na região central de São Paulo, principalmente nas regiões da Rua 25 de Março e da Rua Santa Ifigênia.

As vítimas eram obrigadas a pagar entre R$ 5 mil e R$ 10 mil mensais. A organização também é suspeita de matar três comerciantes que não atenderam as exigências.

O indivíduo conseguiu escapar de uma grande operação policial realizada em São Paulo (SP), em 2017. A ação resultou no cumprimento de 20 mandados de prisão preventiva e 33 de busca e apreensão. Durante as diligências, as autoridades apreenderam sete armas de fogo com integrantes do grupo.

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