Quem é o homem que desarmou e atirou em PMs durante abordagem em SP
Traficante que atirou contra PMs na capital paulista foi beneficiado com saída temporária em março deste ano e não retorno para a cadeia
atualizado
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São Paulo – O criminoso que desarmou e atirou em dois PMs na zona leste da capital paulista, nessa quinta-feira (2/6), estava foragido do sistema carcerário há pouco mais de dois meses.
Dario Gabriel Costa Viveiros, de 25 anos, foi preso horas após balear os soldados Robert Castro Abreu, 36, e Cleison Santos de Matos, 31, ambos do 38º Batalhão da PM. Os dois permanecem internados e o estado de saúde deles é estável, segundo apurado pela reportagem.
A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo afirmou, em nota enviada ao Metrópoles, que Dario cumpria pena por tráfico de drogas, em regime semiaberto, desde 16 de janeiro deste ano no Centro de Progressão Penitenciária de Mongaguá, no litoral paulista.
Ele foi beneficiado com uma saída temporária em 20 de março, não retornando mais ao sistema carcerário. Desde então, era considerado foragido.
Depois de preso, nessa quinta, ele confirmou que já foi detido por tráfico de drogas quando era adolescente. Sobre o fato de não ter retornado da saída temporária, para o sistema prisional da baixada santista, o traficante alegou: “Me atrasei e não voltei.”
Prisão por tráfico
Dario foi preso por tráfico de drogas em novembro de 2019 na zona leste de São Paulo, mesma região onde reagiu à abordagem policial e feriu os dois soldados da PM. Na ocasião, o traficante foi flagrado com porções de maconha, cocaína e crack. Desde então ele permaneceu preso.
Em julho de 2020, a defesa de Dario entrou com pedido de habeas corpus, para ele responder em liberdade. O pedido foi negado pela Justiça, em janeiro de 2021.
Na ocasião, o traficante cumpria pena em Diadema, no ABC. Depois, foi transferido para a Penitenciária Osvaldo Cruz, a 558 km da capital paulista.
Na unidade do interior, ele cumpriu pena em regime fechado até janeiro deste ano. No dia 16 daquele mês, progrediu para o semiaberto e foi transferido para a cadeia de Mongaguá, de onde saiu e não voltou, em março.
Dario foi indiciado por resistência, roubo, omissão de socorro, desobediência, receptação e tentativa de homicídio. O traficante tem dois filhos, de 3 e 5 anos, que ficaram aos cuidados de uma ex-cunhada.
O caso
Dario e um adolescente de 17 anos foram abordados, quando caminhavam pela Rua Antônio Coutinho, em São Mateus, zona leste paulistana.
O traficante contou que os policiais militares questionaram a origem do celular que levava: “Tinha ganhado o celular. Não sabia que era roubado. Ele segurou no meu braço e disse que ia me levar para a delegacia”.
Ele acrescentou que tentou negociar com o PM durante a abordagem: “Eu falei para ele rever minha situação, para a gente trocar uma ideia. O PM falou que não, aí eu quis fugir”.
Na tentativa de contê-lo, os policiais militares entraram em luta com Dario, que conseguiu pegar a pistola do soldado Robert Castro Abreu, do 38º Batalhão da PM (veja abaixo).
Com a arma, ele feriu o soldado Matos com um tiro na face. O policial Robert foi atingido na perna direita e na região do abdômen.
Em seguida, Dario e o adolescente, também abordado pela dupla de policiais, fugiram em um Fiat Mobi preto. O atirador passou em um bar de um conhecido, também foragido da polícia, trocou de roupa e deixou a arma do policial usada para balear os PMs.
O homem retornou para casa e, com a ajuda da mãe, acabou preso. O caso é investigado pelo 49º DP (São Mateus). A mãe já havia reconhecido o filho por meio das imagens da câmera de monitoramento que registrou a violência.
O adolescente de 17 anos foi liberado e sindicado por não ter permanecido no local da abordagem.