Quem é “Nego Boy”, preso como chefe do tráfico na Praia Grande
Caio Vinicius, conhecido como “Nego Boy”, foi preso em 9/2; polícia diz ter encontrado mensagens sobre venda de drogas no celular dele
atualizado
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São Paulo — Apontado pela Polícia Civil como chefe do tráfico na Praia Grande, Caio Vinicius de Almeida Silva, 35 anos, conhecido como “Nego Boy”, foi preso na última sexta-feira (9/2) com 25 celulares, cerca de R$ 1,5 mil em dinheiro, drogas e relógios, em um apartamento de luxo na cidade do litoral paulista. Segundo os investigadores, havia conversas sobre tráfico de entorpecentes no celular dele.
Em seu histórico policial, consta que, no ano passado, “Nego Boy” foi parado por policiais com drogas na Rodovia Regis Bittencourt. A quantidade era pequena. Ele disse a policiais que era para consumo próprio e apenas pagou multa de R$ 1 mil.
Na ocasião, ele estava no banco do passageiro do carro, flagrado por policiais rodoviários federais. Os agentes acreditavam que o carro era roubado, porque havia um boletim de ocorrência de roubo que o mencionava.
Acabaram esclarecendo, no entanto, que ele havia sido apenas alugado de uma locadora por um homem que o perdeu na rua, fez um boletim de ocorrência, mas acabou encontrando o veículo depois. O problema é que policiais viram a dupla jogar uma parte da droga que estava no carro pela janela.
Conhecido como “Nego Boy”, o traficante foi preso durante a terceira fase da Operação Verão, em um apartamento de alto padrão no bairro Canto do Forte, na Praia Grande. Ele é dono de uma loja de peças de moto em Cubatão.
Policiais foram até o local para cumprir mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça, após um trabalho de inteligência que apontou o envolvimento do suspeito no tráfico de drogas.
No local, os policiais encontraram porções de entorpecentes e dezenas de celulares. Nos aparelhos, foram encontradas conversas do traficante com outros criminosos, nas quais ele dava ordens sobre venda de drogas no bairro Rádio Clube, em Santos.
“Nego Boy” foi autuado em flagrante e indiciado por tráfico de drogas, associação para o tráfico e por integrar organização criminosa.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirma que “foram encontradas conversas do traficante com outros criminosos, nas quais ele dava ordens sobre venda de drogas no bairro Rádio Clube, em Santos”.
O portal G1 mostrou que parte dessas mensagens também se referia à morte do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, baleado no rosto em Santos, no dia 2 de fevereiro. Desde então, 20 suspeitos morreram em ações policiais no litoral sul de São Paulo.
A advogada Monalise de Lima Fonseca afirma que Caio Vinicius passou por audiência de custódia e se diz inocente. Ela afirma que ainda não vai se manifestar sobre o mérito das investigações porque não obteve acesso ao inquérito.
“Ele não sabe quem foi o responsável pela morte do policial, verdade seja dita, não haveria sequer a possibilidade dele saber, na medida em que não se trata de pessoa envolvida com o crime organizado”, diz.
A advogada afirma que, “quanto aos bens supostamente apreendidos, eles serão alvos de explicação no momento processual adequado”. “Ele não possui qualquer vínculo com facção criminosa, é pessoa idônea, com ocupação lícita, não precisa disso”.