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Quem é Julinho Carambola, o número 2 na hierarquia do PCC

Braço direito de Marcola e segundo criminoso na hierarquia do PCC, Julinho Carambola é condenado a mais de 168 anos de prisão

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Imagem colorida de Julinho Carambola, integrante do PCC. Ele é um homem branco, de cabelo curto, e usa uniforme prisional - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de Julinho Carambola, integrante do PCC. Ele é um homem branco, de cabelo curto, e usa uniforme prisional - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo — Condenado a mais de 168 anos de prisão, Júlio César Guedes de Moraes, o Julinho Carambola, de 53 anos, é apontado como braço direito de Marcola e dono do posto de segundo criminoso mais importante na hierarquia do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele está detido na Penitenciária Federal de Porto Velho (RO) desde março de 2023.

Com prontuário recheado por faltas disciplinares e quatro fugas de cadeias estaduais, Julinho Carambola nasceu em São Paulo, cometeu os primeiros delitos ainda na adolescência e coleciona passagens por homicídio qualificado, associação criminosa, roubo, ameaça, lesão corporal e porte ilegal de arma de fogo. Mesmo estando preso desde o início da década de 1990, ele ainda tem mais de 130 anos de pena para cumprir.

Carambola é acusado de integrar a “Sintonia Final Geral”, o primeiro escalão da organização criminosa, há mais de duas décadas. Segundo investigação do Ministério Público de São Paulo (MPSP), ele quem assumiria o comando da facção em uma eventual ausência de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, o líder máximo do PCC.

Um áudio, revelado pelo Metrópoles, mostra que o criminoso estava envolvido nos ataques de maio de 2006, em São Paulo, quando a facção assassinou policiais, incendiou ônibus e parou a maior cidade da América do Sul. Neste ano, a defesa do condenado tentou anular sua sentença pelos chamados “Crimes de Maio”.

Também fazia parte da lista de líderes do PCC que deveriam ser resgatados pelo narcotraficante Gilberto Aparecido dos Santos, o Fuminho, da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior paulista, em outubro de 2018. O plano envolvia uma onda de ataques na cidade e até a contratação de mercenários africanos, experts em armas pesadas.

Cadeia Federal

Foi a descoberta do plano de resgate que fez o MPSP pedir a transferência de Carambola para o sistema penitenciário federal. O criminoso pisou pela primeira vez em uma unidade de segurança máxima em fevereiro de 2019.

Inicialmente, o número dois do PCC foi levado para a Penitenciária Federal de Mossoró (RN), onde passou mais de quatro anos. Lá, Carambola não cometeu falta disciplinar, concluiu o ensino médio, participou de concursos de redação e fez cursos de “Formação para Vendedor” e “Matemática Financeira”.

Na segunda-feira (11/12), a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) de São Paulo pediu para que o chefão do PCC permaneça por mais um ano no sistema penitenciário federal.

No ofício, a pasta do governo Tarcísio de Freitas afirma que Carambola estaria em um relacionamento amoroso com a própria advogada para fazê-la de pombo-correio da facção. Segundo o documento, o condenado também teria dado ordem para que a advogada receba um auxílio mensal da facção.

O ofício da SAP foi feito a partir de informações do setor de inteligência da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). O prazo de permanência de Carambola na unidade de segurança máxima expira em 25 de janeiro de 2024 e deve ser renovado pela Justiça.

O Metrópoles procurou a advogada de Carambola no processo que trata da sua permanência na cadeia de segurança máxima. O espaço segue aberto para manifestação.

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