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Quem é Irmão Fênix, líder do PCC envolvido em sequestro de ex-Globo

Acusado de sequestro de repórter da Globo, Irmão Fênix é apontado como fornecedor de explosivos do PCC e já foi investigado por Da Cunha

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1 de 1 Imagem colorida de homem pardo com simbolo yang yang e fundo - Metrópoles - Foto: Arte/Metrópoles

São Paulo – Capturado durante uma abordagem de rotina da Polícia Militar Rodoviária em Cubatão, no litoral paulista, o preso Edson Gonçalves de Siqueira, o Irmão Fênix, de 46 anos, é apontado como um dos maiores fornecedores de armas usadas ataques contra policiais e assaltos do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Com mais de 50 anos de condenação, Irmão Fênix acumula passagens por cadeias paulistas a partir da década de 1990 e estava foragido desde 2017. Na ocasião, o líder do PCC não voltou ao sistema prisional após ser beneficiado por uma “saidinha” temporária.

Entre os seus crimes, é acusado de participar do sequestro do repórter Guilherme Portanova e do auxiliar técnico Alexandre Calado, próximo à sede da Rede Globo, na zona sul de São Paulo, em 12 de agosto de 2006.

Alexandre foi libertado no mesmo dia, com um DVD e a missão de entregá-lo à chefia da Globo. Já Portanova só foi solto pelos bandidos mais de 40 horas após o sequestro.

A exigência do PCC era a de que a emissora transmitisse em sua programação, na íntegra, a leitura de um manifesto da facção, na qual criticava a implementação do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), a chamada “tranca dura”.

Irmão Fênix

A lista de crimes pelos quais Irmão Fênix deve cumprir pena inclui homicídio, organização criminosa, além de tráfico de drogas e de armas. Acusado de armar os integrantes do PCC, ele também foi envolvido nos chamados Ataques de Maio, que pararam a cidade de São Paulo em 2006.

Investigação do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), unidade de elite da Polícia Civil paulista, em 2017, apontou que o criminoso exercia “função de alto grau na cadeia hierárquica” do PCC e seria “responsável por armazenar e fornecer armamentos e explosivos para a facção”.

O inquérito foi conduzido pelo delegado Carlos Alberto da Cunha, então na Divisão de Crimes Contra o Patrimônio. Atualmente, ele é deputado federal pelo PP-SP.

Criado em Suzano, na Grande São Paulo, Irmão Fênix também teria envolvimento no tráfico de drogas e exercia liderança na região. Segundo testemunha ouvida no processo, ele era acionado até para “separar brigas entre casais”.

No inquérito, a polícia também investigou a participação de uma filha de Irmão Fênix, suspeita de ajudar o pai a armazenar armas de fogo de grosso calibre. A jovem, no entanto, não chegou a ser denunciada.

Prisão

Irmão Fênix foi preso no dia 20 de maio. A abordagem aconteceu a poucos quilômetros de Santos, cidade litorânea estratégica para o despacho bilionário de drogas da facção paulista para a Europa, por meio do Porto de Santos, o maior do país.

Registros da Polícia Civil, obtidos pelo Metrópoles, mostram que um cabo e um soldado da PM Rodoviária foram alertados sobre uma suposta ocorrência de tentativa de roubo na Rodovia Anchieta. Após iniciarem uma ronda, eles avistaram um Volvo XC60 estacionado às margens da via, na altura do km 61.

No banco traseiro havia uma mulher, outra ocupava o banco do motorista e, ao lado desta, estava Irmão Fênix, de passageiro. As duas suspeitas desembarcaram do veículo. Quando os policiais foram pesquisar as placas do carro, o criminoso sentou-se ao volante e iniciou uma fuga.

A perseguição se estendeu por cerca de dois quilômetros, quando o Volvo colidiu contra dois carros, na altura do km 58 da Anchieta. Irmão Fênix ainda tentou fugir a pé, sem sucesso.

Os PMs constataram que as placas usadas no Volvo eram falsas e que as originais estavam no porta-malas do veículo blindado. O carro foi adquirido por R$ 40 mil de um empresário de Guarulhos, na região metropolitana, por uma mulher cujo endereço consta como da favela de Heliópolis, na zona sul paulistana.

O líder do PCC apresentou, em um primeiro momento, documentos falsos aos policiais. Mas, de acordo com o registro, admitiu depois ser o foragido contra quem havia um mandado de prisão expedido pela Justiça.

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