“Daqui a pouco estou de volta”: quem é coach dos bitcoins preso em SP
Rodrigo Reis foi preso pela PF em Cajamar, na região metropolitana de SP, por suspeita de fraude contra investidores de sua corretora no RJ
atualizado
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São Paulo — “Só quem foi ao céu e ao inferno pode dizer exatamente como é!”. A frase é usada pelo empresário Rodrigo dos Reis para se apresentar no Instagram. Preso pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (7/11), Reis é suspeito de sumir com R$ 260 milhões de mais de 10 mil investidores. Dono de uma corretora de bitcoins, ele foi localizado por investigadores em Cajamar, na região metropolitana São Paulo no âmbito da Operação Profeta.
A conta na rede social, embora tenha quase 100 mil seguidores, não tem nenhuma foto postada. Em uma sequência de stories, gravada há pouco mais de dois anos, Reis argumenta que está “sumido” porque atua num mercado de alto risco e que precisa da atuação presencial dele. “É um momento em que eu, enquanto empresário, preciso estar 100% inserido no meu negócio. Preciso estar presente e atuante para continuar entregando resultados”, disse ele.
Reis era influencer e vendia mentorias e cursos de investimentos nas redes sociais. Além de bitcoins, ele vendia Forex, um ativo baseado em moedas estrangeiras.
Uma de suas empresas, a RR Consultoria, tem esse nome, segundo ele, em referência às palavras resultado e resiliência. “Teve muita gente acostumada só com bons resultados, mas dificilmente acostumadas a se adaptar a ser resilientes”, argumentou.
O empresário e familiares estão sob suspeita de enviar o dinheiro para o exterior sem o conhecimento das vítimas. Os valores foram enviados ao exterior por meio de corretoras de criptomoedas, segundo a Polícia Federal.
Segundo a PF, as investigações se iniciaram após vítimas denunciarem que Reis e a cúpula de suas empresas se apropriaram dos valores aplicados por eles.
Segundo relatos de testemunhas, quem investiu nas empresas de Reis, como a RR Consultoria, recebeu retornos nos primeiros meses. Depois, não viu mais a cor do dinheiro. Desde 2022, pessoas que investiram na empresa de criptomoedas de Reis tentam reaver o dinheiro.
Em depoimento, consultores que trabalhavam para ele disseram que o próprio empresário dizia operar com Forex porque “não era regulado no Brasil”. Esses consultores, todos próximos de Reis e sua família, disseram em depoimento que ele alegava que o dinheiro de investidores estava bloqueado em uma corretora de bitcoins quando o negócio desandou.
A Operação da Polícia Federal desta quinta-feira foi batizada de “Profeta” porque Reis usava a religião para atrair seguidores e investidores.
“Daqui a pouco eu estou de volta a todo vapor”, diz Reis em um de seus stories.