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Quem é “Bahia”, coordenador do PCC preso em operação na Cracolândia

Acusado de ser coordenador do PCC na Cracolândia, Paulo Rogério Amorim já foi acusado de tentar matar um PM e acumula condenações

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Montagem com duas imagens. À esquerda, foto de Bahia. À direita, foto de policiais civis realizando operação na Cracolândia - Metrópoles
1 de 1 Montagem com duas imagens. À esquerda, foto de Bahia. À direita, foto de policiais civis realizando operação na Cracolândia - Metrópoles - Foto: Reprodução

São Paulo – Dono de uma ficha criminal que inclui roubo, violência doméstica e envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC), o traficante Paulo Rogério Amorim, o Bahia, de 41 anos, foi preso em operação da Polícia Civil na Cracolândia, no centro da capital paulista, nessa quarta-feira (8/5).

Bahia exercia o posto de coordenador do “fluxo”, como é chamada a concentração de dependentes químicos da Cracolândia, área dominada pelo PCC, segundo investigação do 3º Distrito Policial (Campos Elíseos). Outras 12 pessoas também foram detidas na operação.

Com ao menos outras duas passagens pela cadeia, o traficante estava em liberdade há pouco mais de um ano e voltou à mira da Polícia Civil em agosto de 2023. Na ocasião, ele apareceu em um vídeo em que ameaça de morte moradores do centro paulistano que denunciassem crimes ocorridos na área dominada pelo tráfico.

O nome do criminoso está envolvido em investigações sobre tráfico de drogas desde 2012. Em 2016, ele chegou a ser preso na operação do Departamento de Narcóticos (Denarc) que descobriu um quartel-general do PCC, instalado em uma ocupação no Cine Marrocos, prédio tradicional paulistano, para abastecer o comércio ilegal de drogas na Cracolândia.

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Dependentes químicos em meio ao fluxo da Cracolândia, na Rua dos Protestantes, na região central de São Paulo
Dependentes químicos em cruzamento da Rua dos Protestantes com a Rua dos Gusmões, na Cracolândia
Usuários da Cracolândia se aglomeram ao redor da Estação da Luz, em São Paulo
Dezenas de criminosos arrombaram comércio na Cracolândia
Usuários de droga caminham pela Avenida Rio Branco, na Cracolândia, em São Paulo
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Operação policial na Cracolândia

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Dependentes químicos em meio ao fluxo da Cracolândia, na Rua dos Protestantes, na região central de São Paulo

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Dependentes químicos em cruzamento da Rua dos Protestantes com a Rua dos Gusmões, na Cracolândia

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Usuários da Cracolândia se aglomeram ao redor da Estação da Luz, em São Paulo

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Dezenas de criminosos arrombaram comércio na Cracolândia

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Usuários de droga caminham pela Avenida Rio Branco, na Cracolândia, em São Paulo

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Operação na Cracolândia na manhã desta quinta (14/9)

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Operação na Cracolândia em setembro deste ano

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Operação na Cracolândia na manhã desta quinta (14/9)

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Fluxo de dependentes químicos da Cracolândia circula por vias do centro de São Paulo

Reprodução/Arquivo Pessoal

PCC

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) condenou o traficante a 5 anos e 3 meses de prisão por causa do esquema do PCC no Cine Marrocos. De volta às ruas, após progredir de regime e cumprir a pena, ele também foi acusado de roubo e violência doméstica.

Em março de 2020, uma ex-companheira de Bahia foi à delegacia denunciar que o traficante havia usado uma faca para cortar o seu cabelo à força. Em seguida, ele teria dado socos no rosto dela, a derrubado no chão e desferido uma série de chutes.

O criminoso, no entanto, só voltaria à cadeia por outra ocorrência. Também em 2020, Bahia foi apontado como o autor do disparo de arma de fogo que atingiu a perna e fraturou a fíbula do policial militar Renato Lopes Cordeiro, de 31 anos, durante uma “rebelião” na Cracolândia. Na ocasião, dependentes químicos depredaram e causaram incêndios na região.

O traficante, que não foi pego em flagrante, seria reconhecido pela vítima no curso da investigação. Denunciado por tentativa de homicídio, ele foi absolvido da acusação no Tribunal do Júri e solto em março de 2022.

Alvos da operação

Além de Bahia, a operação mais recente na Cracolândia prendeu nove homens e três mulheres. Entre os detidos, também estão um suspeito da Bolívia, um da Tanzânia e dois de Moçambique.

Apontado como “porta-voz” e segurança do fluxo, que controla a entrada e saída de usuários de droga, o outro alvo Alex Julio Jesus Costa, 32, foi flagrado “verbalizando com Guardas Municipais” e exercia “poder de influência” e era “temido no local”.

Também foram presos Renato Carvalho, José Aparecido da Silva e o boliviano Domingo Reinado Limachi Huanca, acusados de atuar diretamente no tráfico de drogas.

Já os demais presos ocupariam cargos de auxiliar ou de mula. São eles: Alisson Nelson Silva Santos, 42, Erik Lionel Amaral Ramos, 39, e Juliana Cristina Constantino, 38. Também foi capturada a foragida Nadja Meirijane da Silva, 40.

Tráfico de drogas

Já os outros detidos, flagrados comercializando drogas na Rua da Aurora, próximo ao fluxo, foram pegos na madrugada anterior.

Foram indiciados Tiago Sebastião Sitambure, 45, Kabote Mfaume Kiboko, 60, Itumeleng Seqhobane, 32, e Maige Njauri Bahame, 29. Com eles, os investigadores encontraram maconha e cocaína.

Kabote e Maige foram vistos saindo da Cracolândia, em atitude suspeita, “a todo momento olhando para os lados e conversando ao pé do ouvido”, segundo a investigação.

Eles teriam feito transações com os outros suspeitos em seguida e foram surpreendidos pela abordagem policial. No interrogatório, os quatro permaneceram em silêncio.

Considerando todos os suspeitos, a operação apreendeu 243 porções de cocaína, 27 de maconha, um simulacro de arma de fogo e balanças de precisão foram apreendidos.

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