Com maior queda em 7 anos, SP “perde” dois túneis submersos em receita
Receita do estado de SP com impostos em 2023, primeiro ano do governo Tarcísio, foi quase R$ 12 bilhões menor do que no ano anterior
atualizado
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São Paulo — A arrecadação do governo paulista com impostos despencou 4,7% em 2023 e fez com que o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) fechasse seu primeiro ano de gestão em São Paulo com uma receita R$ 11,8 bilhões menor do que a registrada em 2022 — os dados são da Secretaria Estadual da Fazenda e já foram atualizados pelo inflação do período.
O montante equivale a duas vezes o orçamento (R$ 6 bilhões) do túnel submerso Santos-Guarujá, cuja construção por meio de parceria entre os governos estadual e federal foi anunciada na última sexta-feira (2/2) por Tarcísio e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em evento no litoral paulista. Com o mesmo valor seria possível construir 48 hospitais de ponta.
Ao todo, o governo paulista arrecadou R$ 241,2 bilhões com impostos no ano passado, sendo 82% com ICMS, ante uma receita total de R$ 253 bilhões obtida em 2022. A queda de 4,7% é a maior registrada pelo estado nos últimos sete anos. Em 2016, no auge da crise econômica do país, a receita tributária levou um tombo de 7,7%, o equivalente a R$ 17,8 bilhões.
A queda nas receitas paulistas no ano passado foi puxada pelo ICMS, o imposto sobre mercadorias e serviços, que caiu 8% no ano, segundo dados da Fazenda, uma redução de R$ 17 bilhões nos cofres do estado. O baque na arrecadação só não foi maior porque a receita com IPVA, o imposto sobre veículos, teve um crescimento real de 17,1%, gerando R$ 4,9 bilhões a mais do que em 2022.
No acumulado de 12 meses até novembro do ano passado, o PIB paulista, a soma de todas as riquezas produzidas pela economia de São Paulo, havia crescido 0,8%, segundo dados da Fundação Seade. O resultado de 2023 preocupa o governo Tarcísio. Na semana passada, o governador disse que vai priorizar projetos que reduzem o tamanho da máquina, como extinção de alguns órgãos, para diminuir os gastos de custeio da administração.