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Quadro de Serra para palácio do governo foi superfaturado, diz Justiça

Decisão de 2ª instância mantém entendimento de que houve sobrepreço na aquisição de quadro de José Serra para sede do governo de SP

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Divulgação/Palácio dos Bandeirantes
Quadro com pintura do ex-governador José Serra, sorrindo, em galeria no Palácio dos Bandeirantes - Metrópoles
1 de 1 Quadro com pintura do ex-governador José Serra, sorrindo, em galeria no Palácio dos Bandeirantes - Metrópoles - Foto: Divulgação/Palácio dos Bandeirantes

São Paulo – A Justiça paulista concluiu que houve superfaturamento na aquisição de um quadro do ex-governador José Serra (PSDB) que integra a galeria no Palácio dos Bandeirantes (foto em destaque) e determinou que o artista responsável pela obra devolva R$ 49 mil aos cofres públicos.

A decisão, em segunda instância, manteve a determinação de que o artista plástico Gregório Gruber, contratado por R$ 85 mil para realizar o retrato, devolva o excedente. O valor de ressarcimento foi calculado a partir de uma perícia, divulgada em julho de 2022, que avaliou a obra em R$ 36 mil.

O retrato do tucano, uma pintura em tela de 120 x 80 centímetros, foi encomendado em 2018 pelo então governador Geraldo Alckmin (PSB), atual vice-presidente da República. Na ocasião, o contrato previa a execução do serviço em até dois meses. A obra foi entregue em 10 dias e foi feita a partir de um material de campanha de Serra.

Para a Justiça, o tempo de entrega “justifica suficientemente a redução do valor pago, por não se tratar de trabalho complexo, que tenha exigido criação na execução, partindo de uma fotografia de campanha, sob a técnica de tinta acrílica, traçando a perita os parâmetros por meios de trabalhos do próprio artista”.

“Assim, reconhecendo a perícia judicial valor pago acima do mercado, não há como não considerar a ocorrência de superfaturamento, em violação à moralidade administrativa e ao interesse público sobre o privado sendo a lesividade presumida, devendo, portanto, a condenação à devolução do excedente ser mantida”, escreveu o desembargador Renato Delbianco, relator do caso na segunda instância do Tribunal de Justiça.

Ainda na primeira instância, o entendimento da Justiça foi de que não havia indícios de que Alckmin tivesse envolvimento direto com a contratação ou de que houvesse intenção de dolo com a aquisição da obra.

O quadro de Serra integra uma galeria no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, que contém retratos de mais de 30 ex-governadores do estado.

À reportagem, a assessoria de Alckmin disse que a contratação contou com parecer jurídico favorável da Procuradoria Geraldo Estado (PGE) e que Gregório Gruber já havia feito outros retratos de ex-governadores.

“A encomenda da obra seguiu a tradição do governo paulista de o governador incumbente homenagear seu antecessor com a inauguração de seu retrato oficial na Galeria dos Governadores do Estado de São Paulo, instalada no Palácio dos Bandeirantes. O artista contratado à época, assim, foi o mesmo que também havia produzido os retratos dos ex-governadores Alberto Goldman e Claúdio Lembo”, disse em nota.

O Metrópoles tenta contato com Gregório Gruber. O espaço segue aberto para eventuais esclarecimentos.

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