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Quadrilha instalou antena de Elon Musk para montar “central de golpes”

Ao todo, 12 suspeitos foram presos por montar “central de golpes”, equipada com internet de Elon Musk, em um condomínio de luxo de Igaratá

atualizado

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Divulgação/Polícia Civil
Imagem colorida de celulares e notebook apreendidos com quadrilha em cima de uma mesa - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de celulares e notebook apreendidos com quadrilha em cima de uma mesa - Metrópoles - Foto: Divulgação/Polícia Civil

São Paulo – A quadrilha especializada em fraudes bancárias usou a Starlink, tecnologia de internet via satélite criada pela empresa de Elon Musk, para operar sua “central de golpes” em Igaratá, no interior paulista. O bando foi preso em um condomínio de luxo, na sexta-feira (21/6), pela Polícia Civil.

Ao todo, 12 pessoas foram indiciadas por fazer parte do grupo e devem responder por crime de furto mediante fraude. Entre os detidos, está Eliane Lopes de Amorim, de 30 anos, que também é acusada de participar do sequestro do ex-jogador Marcelinho Carioca, em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, em dezembro de 2023.

A Polícia Civil afirma que a quadrilha alugou uma casa de veraneio e instalou uma “central de golpes” no local, com internet particular e computadores dispostos em formato de bancada. Segundo a investigação, a tecnologia de Elon Musk, geralmente contratada para áreas remotas em que há dificuldade conexão convencional, foi usada para “incrementar o poder de velocidade”.

“Nos últimos meses, mais de uma dezena de ‘centrais clandestinas para fraudes pela internet’ foram desmanteladas por policiais desta delegacia, porém é a primeira vez que uma utiliza a rede Starlink”, diz o registro do Departamento de Investigações Criminais (Deic).

Central de golpes

Segundo a investigação, o foco do grupo eram clientes idosas que eram correntistas de um banco específico. No imóvel, localizado às margens da Represa Igaratá, os policiais também apreenderam 18 celulares, 12 notebooks e três veículos – um Honda HR-V Advance, um Hyundai HB20 e um Volkswagen Golf.

Ao realizar pesquisas nos computadores usados pelos suspeitos, a polícia encontrou uma planilha com “inúmeros nomes”, alguns deles marcados de vermelho. Apenas um nome da planilha estava marcado em verde. Tratava-se de uma juíza de 76 anos que atua no estado do Rio de Janeiro.

Os policiais entraram em contato com a vítima, que “demonstrou estar extremamente abalada”. De acordo com a magistrada, os criminosos usaram um número desconhecido para ligar para ela e se passar pela gerente da sua agência bancária.

Usando o nome correto da funcionária, os bandidos conseguiram induzir a vítima a “realizar alguns comandos”, como desinstalar aplicativo de banco e o WhatsApp. No golpe, a quadrilha conseguiu subtrair R$ 49 mil.

Prisão da quadrilha

Foram os vizinhos que estranharam a movimentação no imóvel, já que os locadores haviam chegado cheios de equipamentos e não eram vistos fora da casa, e avisaram à polícia. Quando os investigadores realizaram a batida, a maior parte do bando tentou fugir correndo.

Apontado como líder do esquema que organizava as fraudes, Leoni Alberto Santos Lellis, de 29 anos, foi capturado quando estava embrenhando na mata. De acordo com o registro policial, ele seria um “criminoso já experiente e com inequívoca ascendência e liderança sobre os demais”.

Apenas cinco investigados, que estavam na sala da casa, não ofereceram resistência e se entregaram na hora: Felipe Felício de Almeida, de 28 anos; Isabella Almeida da Silva, 25; Igor Daniel da Paixão, 22; Letícia Alves de Souza, 23, e Letícia Rocha Rosa, 22.

Como o imóvel fica em cima de um morro, marcado por geografia sinuosa e muita vegetação, os demais suspeitos acabaram se machucando ao descer o barranco em disparada.

Participante desse grupo, Eliane Lopes de Amorim fraturou duas costelas. Também foram detidos Douglas Florentino dos Santos Carvalho, de 33 anos; Lucas Custódio Matos, 25; Samara Souza Rocha, 25, e Juan da Silva Perez, 26.

Já Bianca Clara da Silva, 25, chegou a atravessar uma represa a nado, mas acabou capturada logo depois. Ela tinha um corte na mão.

O Metrópoles não localizou a defesa dos citados na reportagem. O espaço segue aberto para manifestação.

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