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Quadrilha adulterava suplementos do tipo whey protein: “Miolo de rato”

Segundo a polícia, empresa investigada vendia vitaminas a preços muito abaixo do mercado; grupo falsificava data de validade dos produtos

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1 de 1 foto de suplemento do tipo whey protein - Metrópoles - Foto: Reprodução/TV Globo

São Paulo — A Polícia Civil de São Paulo desmantelou uma quadrilha que adulterava suplementos alimentares do tipo whey protein e creatina — produtos muito consumidos por frequentadores de academias. O grupo é acusado de falsificar a data de validade e até de manipular os suplementos para “disfarçar” o aspecto de produto vencido.

Pelo menos cinco integrantes da quadrilha foram presos, de acordo com reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, exibida neste domingo (9/6).

Em um diálogo por telefone rastreado pela polícia, um dos presos, José Roberto Adriano Ferreira de Assis, o Betão, conversa com um parceiro: “Eu que vou ficar com essa bomba aí? Chega aqui, tá até com miolo de rato dentro”.

Empresa investigada

Segundo a polícia, Betão é dono de uma empresa de São Paulo investigada pelas adulterações e seria o principal mentor da quadrilha. A empresa vendia vitaminas, whey protein, creatina e outros suplementos em valores muito abaixo dos praticados pelo mercado, presencialmente e pela internet.

Em outra conversa interceptada, o acusado admite que ganha muito dinheiro com a venda de produtos adulterados:

“É nesses que eu ganho dinheiro, véio. Eu virei o lixão. Todo mundo me procura para vender coisa estourada já.”

A polícia começou a investigar a empresa de Betão por causa de suspeitas de fraudes fiscais, mas acabou descobrindo os crimes contra a saúde pública. Muitos produtos vendidos por ele estavam fora do prazo de validade.

Nessas condições, como alguns suplementos ficam empedrados, a quadrilha abria as embalagens, colocava os produtos em uma centrífuga e os reembalava com aparência de “novos”.

O consumo de um produto vencido coloca em risco a saúde dos consumidores, de acordo com especialistas. O risco é de infecções graves, que podem até levar à morte.

Uma nova fase da investigação, segundo a polícia, vai mirar os fornecedores da empresa de Betão. Durante outro diálogo rastreado, Betão pede ao interlocutor: “Tem nada naquele esqueminha que eu gosto? Demarquê? Devencidê?“. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) também vai apurar o caso.

Acusado foi solto

Por decisão da Justiça, Betão já foi solto. Ao Fantástico, a defesa de Betão afirmou que “os fatos serão esclarecidos nos autos da investigação policial” e que está convicta da “inexistência de adulteração de produtos”.

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