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QG eleitoral de Nunes vê rejeição de Boulos como trunfo para 2º turno

Nova pesquisa manteve Guilherme Boulos à frente nas intenções de voto para SP, mas com rejeição maior do que a de Ricardo Nunes

atualizado

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Montagem mostra os rostos de Guilherme Boulos e Ricardo Nunes lado a lado - Metrópoles
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São Paulo — O comitê da pré-campanha do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), comemorou os números da pesquisa de intenções de voto para eleição à Prefeitura de São Paulo divulgados nessa segunda-feira (4/3) pelo instituto Real Time Big Data.

Embora Guilherme Boulos (PSol) esteja numericamente à frente na simulação de primeiro turno — 34% contra 29% de Nunes — o deputado federal aparece com o maior índice de rejeição entre os principais pré-candidatos, o que é visto por aliados do prefeito como um importante trunfo para uma eventual disputa entre os dois no segundo turno.

Segundo a pesquisa, 46% dos entrevistados disseram que não votariam no deputado do PSol, que foi coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). O índice só não é maior do que o do Padre Kelmon (60%), pré-candidato pelo PRD. Já a rejeição de Nunes é de 38%, de acordo com o levantamento.

Este cenário já ajuda a explicar uma inversão no resultado da simulação de segundo turno feita pelo Real Time Big Data. Nunes aparece numericamente à frente, com 51% das intenções de voto contra 49% de Boulos.

Contratada pela TV Record, a pesquisa ouviu 2.000 eleitores paulistanos entre os dias 1º e 2 de março, e tem margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos. Por isso, Boulos e Nunes estão tecnicamente empatados nas simulações feitas para os dois turnos.

Na pesquisa estimulada de primeiro turno, a deputada federal Tabata Amaral (PSB) aparece em terceiro lugar, com 10%, seguida pelo deputado Kim Kataguiri (União), com 6%. Marina Helena (Novo) e Padre Kelmon (PRD) aparecem com 1% cada.

Guerra de rejeições

O próprio instituto fez uma breve análise sobre a “guerra de rejeições” entre os dois candidatos mais bem colocados na pesquisa, índice considerado decisivo nas disputas em segundo turno.

“A eleição tem uma característica de voto negativo desde os primórdios da disputa. A gestão Ricardo Nunes não é bem avaliada, mas seu grande trunfo pode ser a rejeição a seu opositor imediato, Guilherme Boulos. O candidato do
PSol carrega dentre os candidatos mais viáveis o maior índice de rejeição, muito provavelmente a seu histórico ligado ao MTST e também uma rejeição ao lulismo na cidade de São Paulo”, analisa o Real Time Big Data.

O instituto, contudo, chama a atenção para o risco de Nunes ser contaminado pela alta rejeição de Jair Bolsonaro (PL) na capital. O ex-presidente declarou apoio à reeleição do prefeito e pretende indicar o vice na chapa do emedebista.

“Apesar de precisar de Bolsonaro, Nunes precisa tomar cuidado para não acabar contaminado com a rejeição do ex-presidente, que é ainda maior que a de Lula”, avalia.

Os números da nova pesquisa ampliaram o otimismo na pré-campanha de Nunes, coordenada pelo deputado federal Baleia Rossi, presidente nacional do MDB.

“Vemos estes números com muita satisfação. Estamos no caminho certo. O prefeito está fazendo entregas importantes, segue trabalhando e isso reflete na opinião do eleitor. Caso o segundo turno fosse hoje, Nunes venceria a eleição e seria reconduzido ao cargo. Sinal de que o paulistano não quer mexer em algo que está dando certo, que dá resultado”, disse Baleia.

Tanto Nunes quanto Boulos têm tentado ampliar a rejeição ao eleitor ao rival com uma estratégia semelhante, acusando o adversário de ser “extremista” e reivindicando uma frente ampla pela democracia, o que reforça o clima de polarização política protagonizado por Lula e Bolsonaro na eleição presidencial de 2022.

Adversário vê desejo de mudança

O entorno de Boulos ainda discute uma estratégia para tentar diminuir o índice de rejeição ao deputado. Mas os integrantes de sua equipe de pré-campanha avaliaram que, mesmo tendo a máquina pública nas mãos e uma ampla rede partidária em sua aliança, o fato de Nunes não liderar as pesquisas indica um desejo de mudança pela maioria da população.

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