PUC-Campinas suspende professor por piada que “banaliza estupro”
Professor Geraldo Gonçalves Júnior teria dito que “relaxar e gozar” é melhor opção para vítima de estupro
atualizado
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São Paulo – A Pontifícia Universidade Católica de Campinas, no interior de São Paulo, suspendeu na sexta-feira (19/5) um professor acusado por alunos de “banalizar o estupro” em comentário feito na sala de aula.
Geraldo Gonçalves Júnior dá aulas de administração. Ele teria dito no último dia 12 que “relaxar e gozar” é como uma vítima de uma violência sexual deve reagir se não houver como evitar o abuso.
Segundo alunos, a “piada” teria sido feita enquanto o professor falava sobre compromissos que os estudantes precisam cumprir ainda que não queiram, durante uma aula para uma turma do 2º ano do curso de Relações Internacionais.
O caso foi levado pelos alunos ao centro acadêmico da universidade, que pediram a instauração de uma sindicância para apurar a conduta do professor. Em nota, a PUC-Campinas informou que o pedido foi atendido.
“A PUC-Campinas informa que afastou o docente responsável por comentários alusivos ao estupro. A Instituição também abriu uma sindicância para apurar os fatos e tomar as medidas cabíveis. A Universidade ressalta que repudia qualquer tipo de alusão ao estupro que possa amenizar ou incentivar esse tipo de crime”, diz a universidade.
O Metrópoles procurou o professor Geraldo Gonçalves Júnior, mas não obteve retorno.
Comentário antigo
Em setembro de 2020, um professor de uma faculdade particular de medicina de Juazeiro do Norte, no Ceará, fez a mesma piada durante uma aula à distância e provocou revolta dos alunos. O comentário ficou gravado pela própria plataforma que transmitia a aula.
“Bora lá? Bora pra acabar logo, né? É aquela coisa: se estupro é inevitável, relaxa e goza pra acabar logo”, diz ele.
Samir Samaan Filho pediu demissão após o ocorrido.