PT sinaliza apoio ao candidato de André Mendonça para o TCE de SP
Apontado como o ministro “terrivelmente evangélico” de Bolsonaro, André Mendonça procurou dirigentes do PT em SP para indicar nome ao TCE
atualizado
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São Paulo – A bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) tem discutido apoiar a indicação do advogado Maxwell Borges de Moura Vieira, apadrinhado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) André Mendonça, para uma vaga de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP).
Com a aposentadoria do conselheiro Edgard Camargo Rodrigues, em 24 de setembro, caberá à Alesp indicar quem será o próximo conselheiro da Corte, responsável por fiscalizar as despesas e julgar as contas do governo do estado e das prefeituras paulistas.
Na semana passada, conforme publicado pelo Metrópoles, Mendonça procurou dirigentes estaduais do PT em Brasília para discutir o apoio a Maxwell, conhecido como Max, que foi diretor do Detran paulista entre 2017 e 2019, nos governos do PSDB, e diretor da Telebras durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
Ao PT, o ministro “terrivelmente evangélico” indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) argumentou que Max é um nome técnico. Internamente, o partido vê o advogado como uma alternativa mais competitiva para desbancar a candidatura do deputado federal Marco Bertaiolli (PSD-SP), considerada “impositiva” por petistas consultados pela reportagem.
Bertaiolli é visto internamente como o favorito, já que sua candidatura foi costurada em um acordo entre Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, e Gilberto Kassab (PSD), secretário estadual de Governo. O deputado federal também conta com o aval do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Valdemar faz “pedido pessoal” no PL por apoio a conterrâneo no TCE
PT rechaça apoio a Bertaiolli
Nessa terça-feira (29/8), após uma reunião da bancada do PT na Alesp com o presidente estadual da sigla, o deputado federal Kiko Celeguim, o partido anunciou que não apoiará a indicação de Bertaiolli ao TCE.
A bancada petista citou a “falta de critérios e métodos” no processo de escolha do próximo conselheiro, divulgada pelo Metrópoles, como um dos principais motivos para não endossar a candidatura de Bertaiolli. O partido ingressou com uma Questão de Ordem pedindo transparência no processo.
“Até quando vai se engolir aqui o que é vontade do Tarcísio, ou do Kassab, ou do Valdemar, que não está aqui? Sentam três caciques, Valdemar, Kassab e Tarcísio e ditam o que a Assembleia tem que fazer”, disse o deputado Emídio de Souza (PT) no plenário nesta terça.
Em nota pública, o partido afirmou que seus deputados devem fornecer assinaturas tanto para Max quanto para o deputado estadual Ricardo Madalena (PL), que também se candidatou à vaga. No entanto, na reunião foi sinalizado que o nome a ser apoiado pelo partido é o de Max.
Madalena conta com a simpatia de muitos parlamentares por ser um deputado da atual legislatura, algo que muitos concordam ser interessante para a própria Alesp a longo prazo, já que o TCE fiscaliza as despesas de prefeituras e muitos deputados estaduais costumam se eleger prefeitos.