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PT e PL vão dividir comando de quatro comissões “ideológicas” na Alesp

Juntos, PL e PT vão liderar as comissões de Direitos Humanos, Direitos das Mulheres, Relações Internacionais e Educação e Cultura na Alesp

atualizado

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Divulgação/Alesp
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1 de 1 comissao_pl_pt_alesp - Foto: Divulgação/Alesp

São Paulo – Protagonistas da polarização política nas eleições de 2022, o PL e o PT vão dividir o comando de quatro comissões de apelo ideológico na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Os postos de presidente e vice de cada comissão foram acordados entre as bancadas da Casa e começaram a ser definidos em votação nesta semana.

Juntos, os partidos adversários vão liderar as comissões de Direitos das Mulheres, Direitos Humanos, Educação e Cultura e de Relações Internacionais. Apenas na primeira delas o PL ocupará a presidência e o PT ficará com a vice. Nas demais, os presidentes serão petistas e seus vices, parlamentares bolsonaristas.

Das quatro comissões, somente a de Educação e Cultura ainda não teve a votação realizada, embora já esteja definido que a deputada Professora Bebel (PT) será reeleita presidente e um deputado do PL ficará como vice. Pelo acordo de líderes, a vaga ficará com o novato Lucas Bove (PL).

Além de ocuparem polos opostos na disputa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), os partidos também estão em campos distintos na própria Assembleia: o PL integra a base do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), enquanto o PT está na oposição.

Isso não impediu que os dois partidos entrassem em acordo para a eleição de André do Prado (PL) à presidência da Alesp em troca da escolha de Teonilio Barba para o cardo de 1º secretário da Mesa Diretora. Ou que o PT votasse em deputados da bancada da bala para o comando da comissão de Segurança Pública.

Na prática, todas as 21 comissões permanentes da Alesp já tiveram os comandos escolhidos durante as reuniões feitas pelo colégio de líderes, tornando a votação uma mera formalidade a ser cumprida. O acordo desenhado pelas bancadas coloca PT e PL lado a lado nas seguintes comissões:

  • Defesa dos Direitos das Mulheres: presidente Valeria Bolsonaro (PL) e vice Ana Perugini (PT)
  • Relações Internacionais: presidente Maurici (PT) e vice Gil Diniz (PL)
  • Direitos da Pessoa Humana: presidente Eduardo Suplicy (PT) e vice Gil Diniz (PL)
  • Educação e Cultura: presidente Professora Bebel (PT) e vice do PL (Lucas Bove é o mais cotado)

“Dia histórico”

“Gil Diniz como braço direito do Maurici”, brincou um dos deputados após a definição do comando da comissão de Relações Internacionais, na última terça-feira (18/4).

“Quem diria, senhores. Um dia histórico aqui na Assembleia”, afirmou o deputado bolsonarista Gil Diniz, vice-presidente da comissão de Relações Internacionais, ao do lado do presidente Maurici (PT), que brincou com os posicionamentos ideológicos de ambos: “Ainda bem que ele está à minha direita”.

O tom descontraído se manteve na comissão de Direitos Humanos, na qual Gil Diniz também será vice de um petista, o deputado Eduardo Suplicy (foto em destaque).

“Faz parte da democracia termos uma mesa plural. Esse gesto da comissão é um bom início para que possamos tocar esse biênio de maneira harmoniosa, plural e democrática, com os dois lados fazendo o embate por meio de ideias”, declarou ele nessa quarta (19/4), logo após a votação.

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Maurici (PT) e Gil Diniz (PL) vão dividir o comando da comissão de Relações Internacionais
Deputada Valéria Bolsonaro (PL) comandará comissão de Direitos das Mulheres
Ana Perugini (PT) será a vice na comissão de Direitos das Mulheres
Gil Diniz (PL) e Eduardo Suplicy (PT) no comando da comissão de Direitos Humanos da Alesp
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Gil Diniz (PL) e Eduardo Suplicy (PT) à frente da comissão de Direitos Humanos

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Maurici (PT) e Gil Diniz (PL) vão dividir o comando da comissão de Relações Internacionais

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Deputada Valéria Bolsonaro (PL) comandará comissão de Direitos das Mulheres

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Ana Perugini (PT) será a vice na comissão de Direitos das Mulheres

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Gil Diniz (PL) e Eduardo Suplicy (PT) no comando da comissão de Direitos Humanos da Alesp

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Comissões definidas

As comissões permanentes são encarregadas de analisar projetos de lei relacionados às suas respectivas áreas, antes de eles seguirem para votação em plenário, e por fiscalizar as ações do governo, convocando secretários e dirigentes a prestarem contas e esclarecimentos sobre suas gestões.

Até o momento, além das comissões já citadas, os seguintes colegiados já tiveram as lideranças votadas:

  • Constituição e Justiça: presidente Thiago Auricchio (PL) e vice Altair Moraes (Republicanos)
  • Finanças: presidente Gilmaci Santos (Republicanos) e vice Luiz Cláudio Marcolino (PT)
  • Ciência e Tecnologia: presidente Mauro Bragato (PSDB) e vice Leonardo Siqueira (Novo)
  • Turismo: presidente Paulo Correa Jr. (PSD) e vice Sebastião Santos (Republicanos)
  • Habitação: presidente Rafael Saraiva (União Brasil) e vice Jorge do Carmo (PT)
  • Segurança Pública: presidente Major Mecca (PL) e vice Delegado Olim (PP)
  • Saúde: presidente Bruna Furlan (PSDB) e vice Oseias de Madureira (PSD)
  • Meio Ambiente: presidente Ricardo França (Podemos) e vice Rafael Saraiva (União)
  • Direitos das Pessoas com Deficiência: presidente Andréa Werner (PSB) e vice Valéria Bolsonaro (PL)
  • Infraestrutura: presidente Luiz Fernando Teixeira (PT) e vice Rogério Santos (MDB)
  • Administração Pública: presidente Solange Freitas (União) e vice Itamar Borges (MDB)

O Metrópoles apurou como ficou a distribuição das comissões que ainda não tiveram a votação realizada:

  • Assuntos Desportivos: presidência do Republicanos e vice do União Brasil
  • Assuntos Metropolitanos: presidência do Cidadania e vice do PT
  • Transportes e Comunicações: presidência do PL e vice do União Brasil
  • Atividades Econômicas: presidência do MDB e vice do PSC
  • Fiscalização e Controle: presidência do PP e vice do PSB
  • Defesa dos Direitos do Consumidor: presidência do Republicanos e vice do PP

Os únicos partidos que não terão deputados no comando de nenhuma comissão são PSol, Rede, Solidariedade e PDT. Os dois últimos possuem apenas um parlamentar, cada, na Assembleia. Já a federação formada pelo PSol e pela Rede, com seis deputados, apresentou candidaturas de protesto e reclamou do acordo firmado pelas outras bancadas.

“Acho que o princípio da proporcionalidade é importante para o bom funcionamento da Casa, desde que envolvendo todos os partidos e não apenas aqueles que votaram no mesmo candidato à presidência da Assembleia”, criticou nessa quarta (18/4), o deputado do PSol Guilherme Cortez.

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