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PSol denuncia Tarcísio ao Tribunal de Haia por mortes em ação da PM

Parlamentares de oposição ao governo Tarcísio fazem denúncia ao Tribunal de Haia alegando crime contra a humanidade em ações da PM em SP

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Governo do Estado de São Paulo/Divulgação
PCC Imagem colorida do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas sentado ao lado do secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite. Os dois estão vestidos de terno e gravata
1 de 1 PCC Imagem colorida do governador de São Paulo Tarcísio de Freitas sentado ao lado do secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite. Os dois estão vestidos de terno e gravata - Foto: Governo do Estado de São Paulo/Divulgação

São Paulo — Parlamentares do PSol denunciaram o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o secretário estadual da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite (PL), ao Tribunal de Haia, como é conhecido o Tribunal Penal Internacional, por crime contra a humanidade durante as operações Escudo e Verão na Baixada Santista, no litoral sul do estado.

As operações da Polícia Militar (PM), juntas, terminaram com ao menos 84 mortes na região: 56 pela Operação Verão, entre dezembro do ano passado e abril deste ano, e 28 pela Escudo, realizada entre julho e setembro de 2023.

O documento foi enviado nessa terça-feira (9/4), um mês após Tarcísio dizer “tô nem aí” sobre denúncias levadas por entidades de diretos humanos à Organização das Nações Unidas (ONU) a respeito da Operação Verão.

“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade em relação ao que está sendo feito. E aí, o pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta, e eu não estou nem aí”, disse Tarcísio.

A fala de Tarcísio foi criticada pelos parlamentares do PSol no documento enviado ao Tribunal de Haia. A denúncia afirma que as operações foram “marcadas por múltiplas ilegalidades dos agentes policiais, como extermínios e torturas contra a população negra e vulnerável da região da Baixada Santista”.

O texto, de autoria da deputada federal Luciene Cavalcanti, do deputado estadual Carlos Giannazi e do vereador Celso Giannazi, também lista:

  • aumento de 32% de mortes por PMs no estado entre 2022 e 2023;
  • aumento de 94% do número de mortos por PMs em São Paulo no 1º bimestre deste ano;
  • aumento de 63% de suicídios de PMs entre 2022 e 2023;
  • maior quantidade de PMs mortos em 17 dias do que no 1º trimestre de 2023.

Além das duas operações no litoral, a denúncia citou três casos recentes envolvendo a PM paulista: agressão a uma jovem no Metrô, agressões a um cadeirante durante abordagem policial no interior e confusão envolvendo agentes e ambulantes em um parque da capital.

“Os três casos citados ocorreram apenas em um intervalo de nove dias, exemplificando a recorrência na violação de direitos humanitários pela polícia conduzida pelos representados, demonstrando não serem casos isolados ou de cunho pessoal de cada policial”, diz o texto.

Procurado pelo Metrópoles, o governo paulista afirmou que as polícias do estado não compactuam com excessos e que as práticas denunciadas devem ser investigadas e punidas.

“As forças de segurança são instituições legalistas que atuam no estrito cumprimento do seu dever constitucional de proteger as pessoas e preservar a ordem pública. As polícias de São Paulo não toleram nem compactuam com excessos, indisciplina ou desvios de conduta, sendo todas essas práticas rigorosamente investigadas e punidas pelas corporações”, diz o texto.

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