PSol acusa campanha de Nunes de usar grupos ligados à Prefeitura
Convites para eventos da pré-campanha de Ricardo Nunes (MDB) teriam sido enviados em grupos de WhatsApp ligados à Prefeitura de SP
atualizado
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São Paulo – O PSol, partido do deputado Guilherme Boulos, acionou o Ministério Público Eleitoral contra a pré-campanha do prefeito Ricardo Nunes (MDB) para denunciar suposto uso de grupos de WhatsApp ligados à Prefeitura da capital paulista na divulgação de eventos eleitorais.
“Há indícios de que grupos vinculados a serviços sociais e a órgãos consultivos da Prefeitura vêm sendo utilizados para a divulgação de convites de natureza eleitoral, em claro e indevido uso da máquina pública em favor dos interesses pessoais de Ricardo Nunes, em favor de sua pré-campanha”, diz notícia de fato enviada nesta quinta-feira (13/6).
O documento alega que dois grupos de WhatsApp de programas sociais e órgãos vinculados à Prefeitura foram utilizados para compartilhar eventos de campanha de Nunes, que busca a reeleição em outubro deste ano.
Procurada, a Prefeitura paulistana afirmou, em nota, que não tem como se pronunciar sobre a denúncia por não ter sido notificada sobre a representação.
Eventos de Nunes
O PSol enviou prints de convites para que os participantes dos grupos comparecessem a um encontro do “Fala Aí São Paulo”, movimento criado pela pré-campanha emedebista para ouvir dos munícipes críticas e sugestões sobre serviços da cidade.
Um dos grupos de WhatsApp, segundo a representação, seria referente a um canal de divulgação das atividades do Núcleo de Convivência para Idosos no bairro da Saúde, na zona sul paulistana, o “NCI Dom Helder Câmara”.
No “NCI Dom Helder Câmara”, o convite foi enviado por uma pessoa identificada pelo PSol como “representante do próprio serviço social”. O print anexado ao documento mostra que apenas administradores do grupo podem enviar mensagens.
“Portanto, se vê um claro desvio da finalidade do Grupo do NCI Dom Helder Câmara para a transmissão de conteúdo eleitoral da pré-campanha de Ricardo Nunes”, alega o PSol.
O outro grupo seria para trocas de mensagens entre membros do Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Cades), da Vila Mariana, também na zona sul da cidade.
PSol alega “abuso de poder”
Ainda no documento, o PSol alega que os eventos do “Fala Aí São Paulo”, que têm sido realizados por toda a cidade, têm ocorrido em locais que incluem associações de moradores e sedes distritais da Associação Comercial de São Paulo.
O partido pede que o órgão investigue se houve abuso de poder político e econômico pela pré-campanha de Nunes.
“Tais condutas, além de serem expressamente vedadas pela legislação eleitoral, possuem grande potencial de influência e desequilíbrio do pleito”, argumenta o PSol.